Menor detido por tráfico diz à PM que "trabalha para o Marmita"

18/08/2017 15:20:00

Após tomar conhecimento, vereador de Ribeirão Preto diz ser vítima de perseguição da Polícia Militar

Matheus Urenha / A Cidade
Vereador Marmita (Foto: Matheus Urenha/ A Cidade)

 

NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 17H55

Um adolescente apreendido por tráfico de drogas na noite dessa quinta-feira (18), no Parque Ribeirão Preto, zona Oeste da cidade, disse à PM (Polícia Miliar) que trabalharia para uma pessoa de apelido Marmita e que receberia R$ 200 por um período de seis horas ao dia.

Após saber da citação no Boletim de Ocorrência (BO), o vereador Adauto Marmita (PR), que é morador do mesmo bairro, afirmou que estaria sendo vítima de perseguição da PM e negou qualquer envolvimento com o crime – sabe apenas que o adolescente apreendido reside no João Rossi, na zona Sul.

O menor foi detido com outros três adolescentes – um dos quais uma menina, que seria a namorada dele – em um carro na rua Ângelo Egídio Pedreschi. A PM afirma no BO que o menor teria dito que comprou o veículo por R$ 5 mil, dinheiro oriundo do tráfico de drogas. “[O menor] disse ao Militar que trabalha para o Marmita e que recebe R$ 200 por dia de serviço trabalhado das 18h à 0h”, consta no BO.

“O único Marmita no Parque Ribeirão sou eu, não tem outro, então, acho que sou eu. Os moleques falaram no boletim que a droga não seria deles e que [os policiais] forjaram. Eles não falaram no meu nome e quem fala sobre o Marmita para o escrivão é o policial”, declarou o vereador.

De acordo com o BO, no carro, um Volkswagem Gol, havia dez porções e de maconha, 12 cápsulas de cocaína, além de R$ 200 em dinheiro escondidos no sistema de ar.

Os adolescente teriam negado que os entorpecentes estivessem no veículo antes de abordagem. A PM apreendeu também uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em nome de outra pessoa e que o adolescente apresentou como se fosse dele e também o carro. Apesar de ter envolvimento em outras ocorrências de tráfico de drogas, o menor acabou liberado na presença de sua mãe, que assinou termo de compromisso e responsabilidade

Perseguição e preconceito

O vereador Marmita cita uma suposta confusão que envolveria policias militares em uma área de invasão próximo à avenida Pio XII, na Vila Virgínia, zona Oeste, há aproximadamente 15 dias, ao alegar que estaria sendo vítima de perseguição e preconceito.

“Tinha 40 pessoas ali e eu estava subindo com minha perua. Uma das pessoas me gritou e me pediu para parar. Nisso, vieram os policiais gravando e dizendo que eu estava ajudando a invadir a terra. Eu queria apenas que me vissem como vereador”, contou o parlamentar, que disse que também teria gravado um vídeo desse fato.

“Ele [um policial] ainda falou para mim que era melhor eu calar a boca, senão me levaria para o distrito, me jogaria na mídia e acabaria com a minha carreira”, disse o vereador, mas sem citar nomes. Marmita também afirmou que o policial ainda ameaçou algemá-lo e que teve a perua multada naquele dia por irregularidades nos pneus.

Sobre a citação no BO, o parlamentar afirmou que vai procurar os seus direitos.

Outro lado

Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) informou que o caso deverá ser investigado pela Polícia Civil. Quanto às alegações do vereador, o Comando esclareceu que "está à disposição para que o mesmo possa ser ouvido e, assim, instaurar a devida investigação sobre a conduta dos policiais militares", escreveu, via assessoria de imprensa.  

 

Reprodução
Trecho do Boletim de ocorrência registrado em Ribeirão Preto (foto: Reprodução)

 

 

 

 



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