Acusado de matar um usuário de drogas por uma dívida de R$ 30, Ezequiel Lelis de Pontes, de 21 anos, foi condenado à pena de 24 anos de prisão. O julgamento aconteceu no 2º Tribunal do Júri de Ribeirão Preto, na última segunda-feira (7).

Os jurados acataram a tese da acusação e condenaram Ezequiel por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil –a dívida de droga-, uso de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A sentença é a da juíza Marta Rodrigues Maffis Moreira.

Na calada da noite do último dia 18 de março de 2014, Ezequiel invadiu a casa de Jober, nos Campos Elíseos, e determinou que ele saísse da casa.

Assim que cruzou a porta, Jober recebeu um golpe violento de caibro na cabeça que o fez cair desmaiado. Ezequiel e um comparsa passaram então a desferir vários golpes sobre a cabeça e rosto. Depois, arrastaram o corpo e o abandonaram no cruzamento das ruas Marques de Pombal com a rua Martins, nos Campos Elíseos..

Não por acaso. Era uma amostra para os outros ‘casqueiros’ que frequentavam a região do que acontece com quem não paga a dívida da droga que consome.

Jober foi socorrido, mas morreu dois dias depois na Santa Casa de Misericórdia vítima de traumatismo craniano.

“Foi um júri exemplar. A sociedade não pode admitir esse tipo de delito, em nenhuma esfera”, afirmou o promotor Marcus Túlio Nicolino, responsável pela acusação.

Promotor Marcus Túlio Nicolino afirma que foi um júri exemplar (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Silêncio

Na região todo mundo sabia quem tinha matado Jober, mas o silêncio imperava entre as testemunhas. Somente depois da prisão em flagrante de Ezequiel por tráfico de drogas, uma testemunha protegida se encorajou e apontou o autor do homicídio. Ele soube na prisão, na Penitenciária de Avaré, que fora denunciado pelo assassinato. 

Quando cometeu o crime, Ezequiel tinha acabado de alcançar a maioridade.