'Não agredi meu filho e estou correndo risco', diz pai linchado

16/06/2017 12:58:00

Homem afirma que resolveu procurar a polícia nesta sexta-feira (16) para apresentar a versão dele

Ricardo Canaveze / A Cidade
Genilson dos Santos nega que tenha agredido o filho (foto: Ricardo Canaveze / A Cidade)

 

O homem linchado por moradores do bairro Cândido Portinari e amarrado a um ponto de ônibus, após ter sido acusado de agressão contra o próprio filho de 2 anos, negou maus-tratos contra a criança e disse que corre riscos. Genilson dos Santos, 42 anos, que é borracheiro, esteve na Central de Polícia Judiciária (CPJ), na manhã desta sexta-feira (16), para dar a versão dele para o caso.

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A ocorrência foi registrada pela Polícia Civil na última segunda-feira (12) como maus-tratos e lesão corporal. Segundo uma testemunha, o borracheiro teria sido visto aos gritos e chutando a criança na avenida Professora Diná Rizi, no bairro Cândido Portinari, zona Norte. O homem mora com os pais e também tem uma borracharia na mesma via.

“Eu não sou agressor e estou correndo o risco de voltar e fazerem isso [linchamento] novamente. Não consigo me lembrar de quase nada durante a agressão porque perdi a consciência”, afirmou.

De acordo com Genilson, ao buscar o filho para passar o final de semana com ele – o homem não mora com a mãe da criança -, o menino já apresentava hematomas no olho direito.

“Ela [a mãe] já havia falado que o meu filho tinha caído da cama na quarta-feira (7) e batido a cabeça contra um guarda-roupa na casa dela. Ainda disse que havia levado o menino ao postinho e, como não precisava dar ponto, colocaram um curativo nele”, contou.

O borracheiro afirmou que esta não teria sido a primeira vez que viu o filho com ferimentos. “Eu já o peguei queimado de cigarro, com a clavícula quebrada, com a boca e a testa cortadas... Não denunciei porque a mãe sempre falava que havia levado no médico e estava tudo certo. No caso da fratura, ela contou que o menino estava em cima da mesa, foi descer, a cadeira virou e ele caiu. Gostaria que o Conselho Tutelar fosse tanto na minha como na casa dela”, disse.

Genilson, que tem outro filho de 24 anos e três netos, diz que paga R$ 320 por mês à mãe da criança para manter o menino e que “ele é bem nutrido”. “Entre os outros dois filhos dela com pais diferentes, eu sou o único que dou dinheiro para manter o meu filho”, também fez questão de destacar.

ACidade ON não conseguiu o contato da mãe da criança e aguarda um posicionamento do Conselho Tutelar sobre o caso.

Ricardo Canaveze / A Cidade
Pai mostra marcas da agressão que sofreu (foto: Ricardo Canaveze / A Cidade)


 



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