Justiça determina leilão eletrônico de bens apreendidos

27/04/2017 15:28:00

Medida visa ressarcir os cofres da Prefeitura de Ribeirão Preto; desvios apurados chegam a R$ 200 milhões

Milena Aurea e Weber Sian / A Cidade
PRESOS: Walter criticou venda de veículo em nome da esposa; Zuely contestou a venda de maquinário agrícola e do gado em sua fazenda (Foto: Milena Aurea e Weber Sian / A Cidade) 

 

A Justiça de Ribeirão Preto determinou o leilão online de bens pertencentes aos acusados de desvio de dinheiro público na Operação Sevandija. A decisão, publicada nesta quinta-feira (27), determina a avaliação de 16 veículos, de máquinas agrícolas e de 182 semoventes (cabeças de gado), para que sejam leiloados.

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De acordo com o juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal, a alienação antecipada “é a melhor medida para preservar o patrimônio apreendido, cujo valor obtido com alienação ficará obviamente, depositado em conta judicial, incidindo juros e correção monetária, até decisão final, quando se dará o devido destino ao valor depositado”.

Não concordam

Os acusados que estão com bens apreendidos tentaram contestar a decisão de alienação para posterior leilão. Segundo o processo, o ex-presidente da Câmara de Ribeirão Preto, Walter Gomes, discorda do leilão do automóvel que está no nome da esposa dele.

A advogada Maria Zuely Librandi contestou a venda dos maquinários agrícolas e do gado, que de acordo com ela estão sendo cuidados pelos funcionários da fazenda em Cajuru.

Pedro Paulo Plastino, filho do empresário Marcelo Plastino (que cometeu suicídio no dia 25 de novembro de 2016), solicitou o desbloqueio dos bens do pai.

Também têm bens indo a leilão os seguintes denunciados: Jonson Dias Correa (empresário), Paulo Roberto de Abreu Júnior (ex-funcionário da Atmosphera), Luiz Alberto Mantilla, Sandro Rovani (advogado), Marco Antonio dos Santos (ex-secretário do governo Dárcy Vera), André Soares Hentz (advogado), Ângelo Invernizzi (ex-secretário do governo Dárcy Vera), Simone Cicillini (empresária).

Na decisão, porém, o juiz afirma que os bens foram adquiridos com o produto dos crimes e servem com garantia de ressarcimento. “É sabido que os réus respondem processo criminal que apura o desvio de cerca de R$ 200 milhões dos cofres da Prefeitura de Ribeirão Preto”, escreve o juiz em sua decisão.

“Assim, o melhor caminho que se vislumbra, para garantir o efetivo ressarcimento ao erário público é a manutenção da apreensão dos veículos, maquinários e semoventes”, conclui.

Outro lado

O advogado Julio Mossin, que defende Walter Gomes, afirmou que “vai adotar as medidas cabíveis”, já que, segundo ele, o veículo da esposa do ex-vereador foi apreendido “sem ordem judicial”. O ACidade ON não conseguiu contato com os advogados dos outros denunciados. Em contatos anteriores, todos eles negam as acusações.

 



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