José Cláudio de Almeida Júnior e Marildo Ricardo Pereira foram julgados nesta terça-feira (21), em Ribeirão Preto
Os policiais militares José Cláudio de Almeida Júnior e Marildo Ricardo Pereira foram absolvidos, nesta terça-feira (21), da acusação de homicídio qualificado contra Willian Alves Fialho, 21 anos, morto com dois tiros após roubar uma farmácia no dia 9 de abril de 2007, em Ribeirão Preto.
Após 11 horas e meia de julgamento, os jurados entenderam que os policiais agiram em legítima defesa. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público já recorreu da decisão.
O caso
Os PMs José Cláudio e Marildo faziam patrulhamento de moto pelo Ipiranga, zona Norte de Ribeirão Preto, no dia 9 de abril de 2007 quando foram avisados de que uma farmácia havia acabado de ser assaltada.
Os policiais se dirigiram, então, ao local e foram informados de que o ladrão havia pulado o muro de uma casa vizinha.
Em seguida, os PMs entraram na residência e, segundo a defesa, pediram para o criminoso se entregar.
A defesa diz que Willian saiu do banheiro, onde estava escondido, com a arma em punho, apontando para os policiais. Neste momento, os PMs dispararam contra o jovem.
Willian foi atingido por um tiro no abdômen e outro no dorso da mão direita. O terceiro tiro pegou na parede.
O rapaz foi rendido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo devido a uma hemorragia interna.
Logo após o ocorrido, os policiais perceberam que a arma que Willian portava era uma réplica, motivo pelo qual os PMs foram denunciados pelo Ministério Público.
Defesa
O advogado de José Cláudio, Otávio Nucci, afirma que os policiais agiram em legítima defesa. "Eles seguiram o procedimento recomendado pela polícia: pediram para o suspeito largar a arma e só atiraram, porque houve resistência. Eles estavam em uma situação que oferecia perigo. E a réplica era perfeita, parecia de verdade. Acharam que poderiam ser atingidos", defende.
Acusação
Já o promotor de justiça Marcus Tulio Nicolino entende que os policiais agiram com excesso. "É ilógico concluir que alguém com uma pistola de brinquedo enfrentaria dois policiais armados. E o laudo necroscópico atesta que o jovem levou um tiro na mão direita. Isso indica que ele estava em posição de defesa. Ele não estaria apontando a arma para os PMs. O conjunto de provas mostra que houve execução. Na minha opinião, a prisão poderia ter sido conduzida de outra forma", destaca.