Pena de denunciados pode chegar a 33 anos de prisão

02/12/2016 18:44:00

Marco Antonio, Maria Zuely, Sandro Rovani, André Soares Hentz e Wagner Rodrigues foram denunciados pelo Gaeco

Weber Sian / A Cidade
Manco Antonio chega ao IML de Ribeirão Preto para exames antes de ser preso (Foto: Weber Sian/ A Cidade)

 

O Gaeco apresentou nova denúncia contra Marco Antonio dos Santos, Maria Zuely Librandi, Sandro Rovani, o advogado André Soares Hentz e o presidente afastado do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de peculato-desvio por 43 vezes, podendo suas penas chegar a trinta e três anos de prisão.

Além disso, Dárcy Vera também foi denunciada pela Divisão Especial de Crimes de Prefeitos do Ministério Público de São Paulo pelos crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa

A Justiça acatou o pedido de prisão preventiva contra Dárcy e três dos denunciados. A prisão de Hentz não foi aceita e Wagner Rodrigues não teve pedido de prisão pois teria colaborado com as investigações.
 

Mamãe Noel

O núcleo de Ribeirão Preto do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo, e a Polícia Federal deflagraram na manhã desta sexta-feira (2), a segunda fase da Operação Sevandija, batizada de Mamãe Noel, para cumprimento de mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara Criminal, em Ribeirão Preto, Cajuru e Indaiatuba.

“A operação é resultado da evolução da investigação conjunta entre PF e Gaeco, voltada à apuração de crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e falsidade documental, tudo no âmbito da Prefeitura de Ribeirão Preto”, esclareceu o MP em nota.

Foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra quatro pessoas, de busca e apreensão em nove imóveis, além de bloqueios de bens, inclusive uma fazenda em Cajuru, onde foi apreendido maquinário agrícola, de ordenha e gado.

“Durante as buscas realizadas na propriedade rural, ainda foram encontrados equipamentos de ginástica utilizados em espaços recreativos públicos.”

As provas obtidas na primeira fase da Operação Sevandija mostraram que Maria Zuely e seu advogado, Hentz, associaram-se com o então presidente do sindicato, Wagner, e o seu atual advogado, Sandro, além do alto escalão da Prefeitura de Ribeirão, para desviar dinheiro público e de dívidas de servidores.

“O acerto entre o grupo previa que seriam desviados cerca de R$ 70 milhões dos cofres municipais, diminuindo, assim, os valores devidos aos servidores. Para que a fraude não fosse descoberta, falsificaram documentos e enganaram servidores em assembleias, levando, ao final, a Justiça a erro para que homologasse o acordo fraudulento em seu favor”, informou o MP.

Provas

Colaboração premiada, documentos apreendidos no escritório do advogado do Sindicato dos Servidores Municipais, na sede da entidade classista, além de informações decorrentes da análise dos dados bancários e fiscais dos envolvidos, confirmaram os fatos.

“No período compreendido entre fevereiro do ano de 2013 e agosto de 2016, os denunciados repartiram, mensalmente, os dividendos deste golpe contra os cofres públicos, já tendo recebido mais de R$ 45 milhões, tendo cessado a fraude em razão de ordem judicial expedida na 1ª fase da operação.”

Os pagamentos mensais feitos ao escritório da ex-advogada do sindicato comprometeram repasses municipais para coleta de lixo, hospitais e até mesmo a folha de pagamentos dos servidores.



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