PF deflagra Operação Fada Madrinha contra o tráfico internacional de pessoas

09/08/2018 08:20:00

São cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão

 

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, deflagrou nesta quinta-feira (9), em Franca, a Operação Fada Madrinha, contra o tráfico internacional de pessoas e trabalho escravo.  

A força-tarefa conta com 52 policiais federais, que cumprem cinco mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão nas cidades de Franca (SP), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Jataí (GO), Rio Verde (GO) e Leopoldina (MG), todos expedidos pela 2ª Vara Federal de Franca.  

Em novembro de 2017, a polícia descobriu que transexuais estavam sendo aliciadas pelas redes sociais com promessas de procedimentos cirúrgicos para a transformação facial e corporal, além da participação em concursos de misses na Itália.
De acordo com as investigações, quando chegavam em Franca, as vítimas eram submetidas à exploração sexual e à condição análoga ao trabalho escravo, sendo obrigadas a adquirir objetos dos investigados (roupas, perucas, sapatos etc.), o que as levava a um ciclo de endividamento.

Os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas para implante de próteses mamárias, havendo indícios de que as próteses utilizadas eram de reuso.  

A quadrilha escolhia as vítimas mais bonitas e promissoras para serem eram enviadas à Itália para a participação em concursos de beleza, tudo pago pelos investigados, o que dava início a um novo ciclo de endividamento.

No país europeu, as transexuais eram novamente submetidas à exploração sexual para o pagamento de suas dívidas.

A polícia também descobriu que um esquema semelhante ao de Franca estava ocorrendo nos Estados de Goiás e de Minas Gerais, incluindo uma parceria comercial entre os investigados mediante o "intercâmbio" de vítimas.

Os acusados responderão pelos crimes de tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, associação criminosa, rufianismo e exercício ilegal da medicina. Se condenados, as penas podem ultrapassar 25 anos de reclusão.  

A ação policial foi acompanhada por representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que ficarão responsáveis pelas medidas protetivas às vítimas.





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