Mais de 450 caixas de suco, subtraídas indevidamente há dois meses, em Dobrada (SP), foram recuperadas na tarde desta terça-feira (17) em cinco lojas da rede Lojão do R$ 1, localizadas no Centro de Ribeirão Preto. A carga completa está avaliada em R$ 300 mil.

Policiais militares apreenderam a mercadoria diretamente das prateleiras, bem em frente às fachadas das lojas, depois de o Copom (Central de Operação Policiais Militares) ter recebido a denúncia.

Cada unidade estava sendo vendida a R$ 1,99, enquanto o preço de mercado do produto varia entre R$ 15 e R$ 18 por caixa.

De acordo o cabo Rafael Diego Braga, que participou da operação, um representante comercial da fábrica que produz a bebida passou por uma das lojas e percebeu a venda irregular, com o preço substancialmente inferior ao da tabela.

"Os próprios representantes vieram para Ribeirão e constataram que tratava-se do mesmo lote. Eles apresentaram um BO registrado anteriormente por apropriação indébita [entenda o crime abaixo] e nós seguimos com o caso. O dono da rede de lojas, no entanto, não estava no local quando chegamos", explica o oficial.

Recuperação

Um funcionário da fábrica de bebidas, que preferiu não se identificar, esteve na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão. Na versão dele, a carga foi encomendada no dia 17 de maio em uma fábrica de Dobrada (SP), que presta serviços terceirizados. Depois de pronta, seria levada até um depósito, em Osasco, por uma transportadora da mesma cidade.  

"Sabemos que essa transportadora não tinha um caminhão próprio e contratou o frete pela internet. Os produtos foram coletados, mas sumiram no meio do caminho", conta. O caminhoneiro suspeito ainda não foi identificado. A investigação pertence à delegacia do município origem.

Ao todo, 24 páletes com 75 caixas em cada foram subtraídas. Até o momento, apenas 25% foram recuperadas em Ribeirão e devem ser devolvidas aos responsáveis.

Outro lado  

O advogado da rede Lojão do R$ 1, Leonardo Garson, disse que os sucos foram comprados por um fornecedor alimentício já conhecido no meio, mas não soube precisar a data de entrega dos produtos.

"Meu cliente está colaborando com a investigação e vai se apresentar, pois atua há mais de 15 anos neste setor, acabou de expandir o negócio, e nunca teve problemas com a polícia. Ele tem as notas fiscais e pode provar que não sabia a origem desta carga", ressalta.

Apesar disso, ele pode ser investigado. O delegado titular da DIG, Ricardo Turra, informou que um inquérito policial será aberto para investigar a eventual responsabilidade criminal do dono dessas lojas, "já que ele é o responsável por adquirir o lote".

Quando ao autor da apropriação indébita, que consiste na apropriação de coisa alheia, a Polícia Civil de Dobrada (SP) deve seguir com o caso. Furto não foi associado ao crime porque o homem tinha a posse do caminhão e foi devidamente contratado para transportar a carga.