Mãe condenada pela morte do filho é costureira em penitenciária

16/07/2018 21:18:00

Condenada em 2010 por tortura, Kátia Marques está presa desde 2016 e poderá conseguir transferência para regime semiaberto em seis meses

Kátia Marques se tornou costureira na Penitenciária de Tremembé; clique e veja galeria de fotos (Foto: Reprodução / TV Vanguarda)

 

Kátia Marques, condenada pela morte de Pedrinho, transformou-se em costureira na Penitenciária de Tremembé, onde está presa desde 2016.  

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Em uma reportagem exibida pela EPTV, foi possível ver um pouco de sua rotina. Kátia e mais 60 mulheres trabalham das 7h30 às 17h. A cada três dias trabalhados, elas têm um dia descontado da pena.

"Todos nós somos iguais. Somos reeducandas e estamos aqui para nos ressocializar", afirmou Kátia à reportagem.

A mãe do menino Pedrinho tem bom comportamento dentro da penitenciária e, apesar de ainda ter oito anos para cumprir, em seis meses terá direito à transferência para o regime semiaberto no qual poderá trabalhar de dia e voltar para a cadeia após as 18h.

Entenda o caso

Pedrinho morreu no dia 12 de junho de 2008, em razão de uma embolia gordurosa pulmonar causada, de acordo com os peritos, por politraumatismos. Ele tinha 5 anos. O exame necroscópico atestou a existência de, no mínimo, 65 hematomas, cinco escoriações, duas feridas contusas, fraturas em duas costelas e no punho direito, além de lesões no olho, no crânio e no tórax.

Na ocasião, Kátia e seu marido, Juliano Aparecido Gunello, disseram que o menino havia ingerido um produto destinado a combater a ferrugem. A perícia, entretanto, constatou que a embolia teve origem "nas fraturas dos ossos do punho direito, assim como no extenso traumatismo dos tecidos subcutâneos consequentes às múltiplas contusões no corpo da vítima".

Conforme denúncia do Ministério Público, Juliano submetia Pedrinho a tratamento físico desumano, mediante agressões múltiplas e graves. Kátia, por sua vez, consentia as agressões, inclusive privando o filho de alimentação algumas vezes e abandonando-o na área comum do condomínio em que moravam, no Parque dos Lagos, zona Leste de Ribeirão Preto.

Ambos foram condenados em 2010 pela morte de Pedrinho. Em primeira instância, Kátia e Juliano foram condenados por maus-tratos ambos receberam a pena de 7 anos de prisão em regime semiaberto. Em segunda instância, no entanto, o casal foi condenado por tortura. Juliano pegou 10 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão e Kátia 9 anos, 8 meses e 20 dias de prisão em regime fechado.



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