Justiça ordena novo bloqueio após advogado movimentar R$ 39 mil de conta bancária

12/04/2018 20:42:00

Justiça diz que o advogado Klaus Felipe Lodóli teria alterado senha e usuário de conta e realizado pagamentos em abril

Advogado Klaus Felipe Lodóli teria movimentado R$ 39 mil de conta bancária (Foto: Weber Sian / A Cidade)

 

A Justiça determinou um novo bloqueio sobre uma conta bancária do escritório de quatro advogados denunciados na Operação Têmis após uma movimentação de R$ 39 mil. 

Na denúncia, do juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Ribeirão Preto, é relatado que nos dias 6 e 9 de abril o advogado Klaus Felipe Lodóli teria conseguido alterar a senha e o usuário de uma conta bancária do escritório em que ele trabalhava e realizado pagamentos entre os dias 10 e 13, que, somados, totalizaram R$ 39.039.  

"Em face da urgência da medida, autorizo o novo bloqueio judicial sobre o valor existente na conta", diz a decisão.  

O dinheiro gasto fazia parte de um total de R$ 104 mil que foram bloqueados quando aconteceu a operação, em janeiro deste ano. O advogado foi intimado pelo juiz a explicar como ele conseguiu retirar o dinheiro do banco.  

Outro lado  

O advogado César Augusto Moreira, que defende Klaus, disse à EPTV que o bloqueio era para novos depósitos, mas que os suspeitos poderiam movimentar o dinheiro que já estava na conta. (Com EPTV)

Entenda o caso  

As investigações da Operação Têmis, sob a responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Civil, resultaram em denúncia contra dez pessoas. Todas vão responder por organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, fraude processual e violação do sigilo bancário. A estimativa é que, se continuassem atuando, os criminosos poderiam causar prejuízo superior a R$ 100 milhões.  

As investigações começaram há dois anos, após juízes do Fórum de Ribeirão Preto encaminharem ofícios à Polícia Civil alertando que um grupo de advogados utilizava modus operandi suspeito em ações de reposição de perdas financeiras pelas mudanças nos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.  

Os advogados utilizavam documentos de vítimas para ingressar com até 22 ações em nome de cada uma delas, sem que soubessem. De acordo com o Ministério Público, só em Ribeirão Preto o grupo de advogados ajuizou cerca de 53 mil processos, sem contar outros 30 mil recursos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em caso de vitória, segundo o MP, o grupo ficaria com o dinheiro. Para dificultar a descoberta da fraude, eles pediam que a tramitação ocorresse sob segredo de Justiça. A Polícia Federal também investiga a eventual participação do vereador Isaac Antunes (PR) no esquema.  

De oito pessoas presas na operação, quatro foram soltos por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Outros três fizeram delação premiada.



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