STF liberta quatro advogados presos na Operação Têmis

20/03/2018 21:25:00

Advogados dos acusados afirmam que homens seriam soltos ainda nesta terça-feira (20), após liminar de habeas corpus ser deferida

Os advogados (da esq. à dir.) Ângelo Luiz Feijó Bazo, Renato Rosin Vidal, Gustavo Caropreso Soares de Oliveira e Klauss Phillip Lodoli (Foto: Arquivo pessoal e A Cidade)

 

Quatro advogados investigados na Operação Têmis podem ser soltos ainda nesta terça-feira (20), após o STF (Supremo Tribunal Federal) deferir uma liminar de habeas corpus para eles.  

Segundo o advogado de Ângelo Luiz Feijó Bazo, Rogério Cury, a decisão foi tomada pelo ministro Marco Aurélio Melo nesta segunda-feira (19). "O ministro, entendendo que se tratava de uma prisão preventiva desnecessária, libertou o advogado Ângelo Bazo, acatando nosso pedido de liminar em habeas corpus e aproveitou e estendeu esse benefício para os que ainda estavam presos", afirma o advogado.  

Já o advogado Diego Alvim, que juntamente com Cezar Augusto Moreira e Alexandre Durante, representa Renato Rosim Vidal, Gustavo Caropreso e Klauss Phillip Lodoli, explicou que, como todos os réus possuem as mesmas características, o efeito do habeas corpus tem que ser para todos. Porém, foram mantidas algumas medidas cautelares, como a suspensão dos processos em que os advogados atuavam.  

Rogério e Diego ambos afirmam que os quatro advogados seriam soltos ainda nesta terça-feira (20).  

ENTENDA O CASO  

As investigações da Operação Têmis, sob a responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Civil, resultaram em denúncia contra dez pessoas. Todas vão responder por organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, fraude processual e violação do sigilo bancário. A estimativa é que, se continuassem atuando, os criminosos poderiam causar prejuízo superior a R$ 100 milhões.  

A Justiça determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilo bancário de todos os acusados.  

As investigações começaram há dois anos, após juízes do Fórum de Ribeirão Preto encaminharem ofícios à Polícia Civil alertando que um grupo de advogados utilizava modus operandi suspeito em ações de reposição de perdas financeiras pelas mudanças nos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.  

Os advogados utilizavam documentos de vítimas para ingressar com até 22 ações em nome de cada uma delas, sem que soubessem. De acordo com o Ministério Público, só em Ribeirão Preto o grupo de advogados ajuizou cerca de 53 mil processos, sem contar outros 30 mil recursos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).Em caso de vitória, segundo o MP, o grupo ficaria com o dinheiro. Para dificultar a descoberta da fraude, eles pediam que a tramitação ocorresse sob segredo de Justiça. A Polícia Federal também investiga a eventual participação do vereador Isaac Antunes (PR) no esquema. 

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