A Polícia Civil investiga uma denúncia de cobrança em duplicidade das taxas de água e esgoto no condomínio Jardim das Pedras, localizado na Jardim Paulista, zona Leste de Ribeirão Preto. A irregularidade, que estaria ocorrendo há nove anos, já teria gerado prejuízo de R$ 18 milhões aos moradores. O síndico nega.

A denúncia foi feita por meio de uma representação da Associação de Moradores do condomínio e entregue à Polícia Civil e Ministério Público no último dia 8 de março.

Na versão da presidente da associação, Edna Sueli Inácio, as 1.248 famílias têm pago a taxa de água e esgoto duplicada porque, além do consumo computado nos hidrômetros individuais dos apartamentos, há a forma rateada na mesma conta pelo abastecimento do condomínio.

Ela cita como exemplo a cobrança do mês de fevereiro. Segundo ela, além de efetuar a cobrança individual da água consumida por proprietário, conforme o registro dos hidrômetros, o síndico Vitor Luís Lobo da Silva rateou o valor total da fatura - R$ 34.464,35, o que gerou o a cobrança de mais  R$ 27,61 por apartamento.

"Essa cobrança em duplicidade foi iniciada em 2009. Por isso, não temos como saber o prejuízo exato, mas garanto que é enorme. E o pior é que aqui vivemos em uma ditadura. Nós alertamos, entramos com ações no Fórum, mas tudo indeferido. Continuamos sendo enganados", diz.

O Jardim das Pedras tem 13 prédios, 1.248 apartamentos e cerca de 6,5 mil moradores.

O delegado responsável pelo caso, Paulo Henrique Martins de Castro, preferiu não conceder entrevistas ao ACidade ON. Porém, o setor de comunicação da Delegacia Seccional confirmou a instauração do inquérito pelo 8º Distrito Policial.

Procurado pela reportagem, o Gaeco informou que a denúncia foi protocolada e deve ser despachada nos próximos dias a um promotor criminal, que avaliará a representação e os crimes denunciados.

Síndico contesta as acusações

Em entrevista ao ACidade ON,  o síndico Vítor Luís Lobo da Silva Nesta nega a cobrança em duplicidade. Ele afirmou que ainda não foi notificado por nenhum órgão oficial ou polícia, "mas se pauta conforme a Lei".

"É verdade que cada apartamento tem seu hidrômetro, mas não existe rateio de valores. Acontece que este serviço não está incluso na taxa de condomínio e vem no mesmo boleto. No demonstrativo de despesas, há discriminado o que é pago ao Daerp, pois sai da mesma conta bancária", explica.

Segundo o síndico, as rubricas "Consumo de Água" se refere ao gasto efetivo de cada apartamento e "Daerp acordo" aos parcelamentos de débitos herdados das administrações anteriores".

"Essas denúncias são falsas e temos como provar. Porém, o que nos preocupa mesmo é a desvalorização dos imóveis. O condomínio está em fase de reestruturação moral perante a cidade e investimentos internos", finaliza o síndico. O caso, que permanece em impasse, é investigado pela Polícia Civil.