Aluno de 12 anos é levado ao NAI por chutar professor em Ribeirão Preto

13/03/2018 12:21:00

Confusão começou após estudante ter sido repreendido na Escola Estadual Dom Alberto José Gonçalves, nos Campos Elíseos, zona Norte



Direção da Escola Dom Alberto José Gonçalves levou caso ao conhecimento da polícia (Foto: Reprodução)
 

Um estudante de 12 anos foi detido pela Polícia Militar e depois encaminhado ao NAI (Núcleo de Atendimento Integrado) sob a acusação de agredir com chute um professor na tarde desta segunda-feira (12), na Escola Estadual Dom Alberto José Gonçalves, nos Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto.  

Vale lembrar que o NAI é um espaço destinado à contenção provisória de adolescentes infratores acusados de crimes graves como roubo, tráfico e homicídio. O estudante ficaria neste espaço até passar por audiência com o juizado da Vara da Infância e Juventude na manhã desta terça-feira (13).  

O desentendimento entre o aluno e o professor de matemática, de 37 anos, teria começado na sala de aula, após uma repreensão do docente ao perceber que o garoto estaria com uma cadeira nas mãos e pronto para arremessa-la contra outro estudante no corredor.  

O professor contou à Polícia Civil que ao chamar a atenção e solicitar que o adolescente deixasse a sala, ele o teria ofendido verbalmente e que somente saiu do local na presença de um inspetor.  

A escola declarou ter solicitado a presença da mãe do adolescente, mas que ela não compareceu e autorizou que o filho fosse liberado para voltar para casa.  

Segundo a versão da escola, ao final da aula, por volta de 18h, o adolescente teria retornado até a sala onde estava o professor, quando ocorreu a agressão.  

O docente teria sido atingido com um chute na perna direita na presença de uma professora e uma funcionária da limpeza. O adolescente também teria ofendido a vice-diretora.  

Palhaçada  

O pai do aluno declarou que vê um exagero por parte da escola, apesar de não concordar com a atitude do filho.  "É uma palhaçada tudo o que ocorreu. O que ele [o filho] fez está errado, mas não precisava levar para a delegacia. Podia ter avisado o juizado apenas. E não estou passando a mão na cabeça dele, não", afirmou.  

O pai disse que essa não seria a primeira vez que a família é chamada na escola por conta do comportamento do filho.  Em outra ocasião, o estudante teria se envolvido em um caso de ingestão de bebida alcoólica com um grupo de amigos.  

"Em casa ele é tranquilo, temos uma convivência sem problemas. Não tem envolvimento com drogas", garantiu o pai.  O adolescente possui outros quatro irmãos - a mais nova com dois anos e o mais velho tem 21 anos.  

A direção da escola confirmou à polícia que o adolescente já teria apresentado outros problemas comportamentais e que a agressão ao professor teria causado um grande clamor entre os docentes, que cobraram uma punição ao aluno.    

A vítima disse que levou o fato ao conhecimento da polícia para que sirva de exemplo aos demais alunos a ao próprio estudante envolvido.  

Sem lição  

À polícia, o estudante disse que havia decidido que não faria a lição e que a confusão se início depois que professor o teria mandado sair da sala.  

Quando o garoto se preparava para sair, o professor teria solicitado a presença de um inspetor de alunos e que se irritou ao saber que o caso seria registrado em livro de ocorrências da escola.  

Ao retornar à sala, o adolescente disse que queria falar com o professor, mas que o docente gritou com ele, o que motivou a agressão.  O boletim de ocorrência (BO) foi registrado por ato infracional, vias de fato e desacato.  

Outro lado

ACidade ON procurou, por telefone, o professor e a direção da escola na manhã desta terça, mas um funcionário informou que ninguém falaria sobre o assunto com a reportagem.  

A Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto informou, por meio de nota da Secretaria Estadual da Educação, que lamenta o ocorrido e presta total apoio ao professor. O docente segue no desempenho de suas funções.

Ainda segundo a Educação, "os responsáveis pelo aluno foram chamados pela direção e não compareceram à escola, até o momento". 

Um professor mediador e o Conselho Tutelar acompanham o caso, de acordo com a nota.



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