Rapaz foi encontrado por acaso, quando a Polícia Civil abordava 'irmãos do tráfico' no Vale do Sol
O suspeito de matar o detento que receberia as muletas 'recheadas' com celulares do advogado Roberto Fiore foi preso no final da tarde desta quinta-feira (3), em Araraquara. O crime aconteceu em 2014 e ele acabou encontrado por acaso, quando a Polícia Civil, através da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), chegou em uma casa no Vale do Sol para averiguar denúncias sobre o tráfico de drogas no local.
Segundo as informações, os 'irmãos do tráfico' moravam em casas vizinhas e realizavam a venda de entorpecentes no bairro. Na residência do rapaz, os policiais encontraram R$ 155 em dinheiro, além de 15 porções de maconha e material para embalar as drogas, enquanto na casa da irmã foram encontrados R$ 355, uma porção de crack e telefones celulares.
Durante a averiguação, o suspeito do homicídio estava com os detidos. Na abordagem, a equipe da Dise constatou que ele era procurado por matar Nilton Senapeschi a pauladas em junho do ano passado, após uma briga de família. A vítima morreu após passar um mês internada na Santa Casa de Araraquara.
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Os dois homens foram levados à Cadeia Pública de São Carlos, enquanto a mulher foi encaminhada à Cadeia Feminina de Santa Ernestina.
Muletas foram flagradas pela PM no Fórum
Na época, Fiore foi flagrado por um policial militar ao tentar entregar uma muleta com seis celulares a Nilton dentro do Fórum da cidade. O detento, de 42 anos, havia saído do presídio para ser ouvido pelo juiz da Vara de Execuções Criminais, no entanto, por conta de uma fratura na perna, precisava de muletas para se locomover.
Chegando ao Fórum, o preso teria dito que o acessório estava quebrado e que precisava trocá-lo. Minutos depois, Fiore, que é ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Araraquara, apareceu na sala e apresentou aos policiais as muletas substitutas. Em uma vistoria no objeto, o peso e a espessura chamaram a atenção. Dentro dos suportes, havia seis celulares e fios para carregadores.
Dois anos depois, a justiça absolveu Roberto Fiore em primeira instância e ele ainda ficou livre das acusações de formação de quadrilha, associação para o tráfico e tráfico de drogas, crimes pelos quais o advogado também era investigado.