'Gangue da vaca' leva 65 bois de fazenda

24/04/2015 12:29:00

Agricultores da região afirmam que ação de bando virou rotina

A “gangue da vaca” voltou a agir na região. Desta vez, os ladrões furtaram 65 cabeças de gado da raça Nelore do pecuarista Odil Fernandes de Andrades, 57 anos, de Ribeirão Preto.

O furto ocorreu na madrugada do último dia 19 na fazenda Vovó Maria 2, próxima ao Morro Dois Irmãos, em Monte Santo de Minas, a aproximadamente 140 quilômetros de Ribeirão.

O fazendeiro conta que, ao chegar à fazenda, notou que a porteira estava sem cadeado e seu rebanho, incompleto. Andrades suspeita que os ladrões tenham cortado os arames da cerca do pasto, tocado o gado a cavalo até o corredor que liga os piquetes, colocado os bois no curral e, em seguida, levado os animais em caminhões.

“Um rapaz viu dois caminhões Mercedes-Benz antigos nas proximidades da fazenda”, diz o pecuarista. Segundo testemunhas, os caminhões teriam seguido para São Sebastião do Paraíso.

Andrades diz que os bois ainda não tinham peso suficiente para serem vendidos para frigoríficos. “Eles teriam que ter 16 arrobas, mas estavam com 12. Eu iria vendê-los para confinamento em maio”, comenta.

Os animais foram comprados por R$ 983 cada e seriam vendidos por R$ 1,7 mil a unidade. O pecuarista registrou boletim de ocorrência e despejou quatro caminhões de terra em frente ao embarcador do gado para impedir novos furtos. Ele estima um prejuízo de cerca de R$ 64 mil. A delegada Renata Mattoso Libório Pereira de Paula instaurou um inquérito e vai investigar o caso.

Fazendeiros de Brodowski e Jardinópolis, na região, também foram alvos de ladrões. Em fevereiro, o agricultor José Cavani, de 68 anos, teve três cabeças de gado furtadas de sua fazenda em Jardinópolis. Juntos, os bois estavam avaliados em R$ 6,7 mil. “Cheguei no pasto e só vi as barrigadas, os pés e as cabeças”, lembra.

Cavani diz que havia vendido os bois um dia antes do furto. “Tinha fechado o negócio com 40 bois e acabei entregando 37”, recorda.

Em Jardinópolis, pecuarista perdeu 6 vacas

O pecuarista Paulo Roberto Ferreira, de 68 anos, foi mais uma vítima da “gangue da vaca”. Em março, os criminosos furtaram seis vacas de sua fazenda, em Jardinópolis. “Eles cortam a cerca, entram a cavalo, atiram na cabeça da vaca, abrem o animal e partem em quatro partes. Deixam só a cabeça, a barrigada e os pés”, explica.

Apenas nesta ocorrência, Ferreira perdeu R$ 18 mil, mas ele recorda que em novembro do ano passado outras cinco vacas foram furtadas. “Acredito que em dois anos foram mais de 500 cabeças de gado furtadas na região de Ribeirão Preto. Sabemos de casos em Brodowski, Jardinópolis, Serrana, Cajuru, Batatais, Cravinhos, Serra Azul e Altinópolis”, ressalta.

Para o agricultor José Cavani, de Jardinópolis, a ação dos criminosos em fazendas da região não é novidade. “A cada três ou quatro meses, acontece. Em dois anos tive 20 bois furtados”, destaca. 

Receptação

No dia 20 de março, a Polícia Civil de Brodowski localizou um açougue clandestino que manipulava a carne dos gados furtados. O delegado José Augusto Franzini de Almeida informou que já relatou o inquérito e pediu a prisão preventiva do proprietário do local, que responde por receptação e crime contra relação de consumo.



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