Em momento de fúria, travesti apedreja carros e acaba detido pela Polícia

31/10/2014 11:35:00

Uma criança de 2 anos e ao menos quatro veículos foram atingidos por pedras e garrafas

Daiane Bombarda/Tribuna Impressa
Revoltado por não conseguir programas, travesti apedrejou veículos que passavam pela via (Daiane Bombarda/Tribuna Impressa)

Um travesti de 26 anos foi preso em flagrante após ter depredado vários carros, na manhã desta sexta-feira (31), na Avenida Engenheiro Camilo Dinucci, em Araraquara. Uma criança de 2 anos precisou ser socorrida para retirar estilhaços de vidro do olho.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o travesti relatou que teve esse momento de fúria após passar a madrugada toda sem conseguir fazer nenhum programa. Revoltado, ele começou a atacar todos os veículos que passavam pela via, na altura dos motéis em frente à Rodovia Antônio Machado Sant’Anna (SP-255), com garrafas e pedras.

Em um dos veículos atingidos estava uma menina de 2 anos, que ficou ferida. Os fragmentos atingiram a visão da criança e ela precisou ser socorrida na unidade de saúde do Jardim Cruzeiro do Sul, bairro mais próximo do local.

A PM recebeu vários chamados e conseguiu deter o travesti, que havia fugido, já próximo ao Parque São Paulo.

Ele foi reconhecido pelas vítimas e levado à delegacia, onde foi arbitrada a fiança de R$ 2 mil. Como o valor não foi pago, o suspeito foi levado à Cadeia Pública de São Carlos.

Problema
Segundo uma das avós do rapaz, ele sofre com a doença desde os 15 anos. Há dois meses, ele saiu de uma internação porque a família não tem mais condições de pagar pelo tratamento. Desde então, os pais se revezam para ir ao trabalho porque alguém sempre tem que ficar com ele.

Ontem, o rapaz conseguiu fugir de casa pelo telhado e foi parar na via, onde atacou os veículos.

A crise foi grave, mas não foi a mais forte que o rapaz teve até hoje. Em outra situação, ele estava tão transtornado que matou um cachorro na mão.

A família levaria o jovem para uma consulta no Centro de Assistência Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps-AD) às 14h30 da sexta-feira para tentar uma internação por meio do poder público. Não deu tempo. Ele foi preso horas antes.

A avó entende que a internação é uma medida extrema e que é a última alternativa. “Estamos todos doentes, não sabemos mais o que fazer com ele, por isso precisamos da internação”, diz, em apelo.
 



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