Prefeitura promete novas vagas para educação infantil

17/08/2017 21:15:00

A secretária de Educação Suely Vilela afirma que neste ano já foram criadas 910 vagas, sendo 511 só de creche

 

Milena Aurea / A Cidade
Suely Vilela, secretária de educação (Foto: Milena Aurea/ A Cidade)

 

A secretária de Educação Suely Vilela afirma que neste ano já foram criadas 910 vagas, sendo 511 só de creche. Ela garante que para o ano que vem serão criadas 1.962 vagas com a construção de três creches: Jardim Marchesi, Vila Albertina e Parque dos Pinus.

A secretária concedeu entrevista exclusiva ao A Cidade na última terça-feira. Leia a seguir os principais trechos.

A Cidade – Quantas vagas em creche foram criadas desde o início da gestão?

Suely Vilela – Foram criadas 511 vagas de creche e 399 vagas de pré-escola, totalizando 910 vagas de educação infantil desde o início do ano. O que significa isso? Mais de 10% da meta do prefeito, que é de criar 4 mil vagas em creche nos quatro anos de gestão.

Quantas crianças a Educação foi obrigada a matricular, desde janeiro, por determinação judicial?

Foram 872 crianças atendidas em vagas pré-existentes nas unidades da rede. Hoje estamos com a nossa capacidade zerada. Não temos mais condições de atender ninguém.

Mas diariamente tem decisão da Justiça. O que a Educação vai fazer, superlotar as salas de aula?

Não, não podemos. Ao mesmo tempo que temos de acatar a ordem judicial, somos obrigados a cumprir o Estatuto do Magistério que limita o número de crianças por sala de aula, por professor.

Qual a fila de espera por vaga em creche no município?

Hoje temos 3.888 solicitações de vaga em creche. Em 31 de março eram 3.419. Daqui a pouco vai ter mais ainda. São crianças que nascem e que vêm de outra cidade. Há uma mobilidade muito grande. Nem sempre essa fila é fidedigna.

Não há previsão da criação de mais nenhuma vaga para este ano?

A ideia seria trabalhar na ampliação das salas, mas também precisamos de projeto executivo e de licitação. Nossa proposta para ampliação de vagas é trabalhar com as conveniadas e já estamos trabalhando. Dessas 511 vagas criadas, 408 são oriundas das escolas conveniadas e as outras 103 vagas são da creche do Heitor Rigon, que começou a funcionar neste ano. Para o próximo ano nossa proposta é que as conveniadas deixem de atender a pré-escola e atendam somente creches. Nossa meta é que elas ofertem 350 vagas no próximo ano. Ao mesmo tempo vamos trabalhar com a construção de creches e salas.

Quais são as construções previstas para 2018?

Já estão previstas as creches do Jardim Marchesi, com 140 vagas. É a que está mais adiantada, pois já vamos iniciar a licitação para a construção. Tem a unidade da Vila Albertina, para 250 crianças. Estamos em fase de sondagem e regularização no terreno e aí vamos licitar o projeto executivo e arquitetônico. E a creche do Parque dos Pinos, que vai atender 150, cujo projeto executivo é do Estado. Estamos analisando para ver se esse projeto é compatível com o Código de Obras do município e se for adequado à nossa realidade, vamos iniciar a licitação. Essas três estão bem encaminhadas, agora é questão de tempo e burocracia. No total, serão criadas 1.962 vagas em 2018; 938 em 2019 e 1.100 em 2020.

Mas ainda leva tempo até elas começarem a atender...
Como as creches são mais demoradas, fomos buscar a ampliação de salas de aula em creches já existentes, onde temos área suficiente para expandir. Já temos previsto para 2018 a ampliação de 23 salas de aula em 7 escolas para atender 492 crianças da região Norte. E a ampliação de 7 salas de aula em uma escola para atender 180 crianças na Zona Oeste. São essas ações que estão desencadeadas para diminuir essa demanda das vagas.

E quais são os avanços da Educação nesta gestão?

Nossa grande aposta no período foi o fortalecimento da estrutura pedagógica. Nós contratamos 262 professores emergenciais, 10 professores efetivos, 30 coordenadores pedagógicos, 24 cozinheiros. O marco na educação, na rede municipal é ter um coordenador pedagógico para cada unidade escolar de ensino fundamental. Não, de 109 escolas, nós tínhamos na rede, até a semana passada, 3 orientadores pedagógicos. Os novos coordenadores começaram a trabalhar hoje (terça-feira). Esse investimento é para alcançar o nosso principal desafio.

Qual é esse desafio?

Nossos grandes desafios na educação: são dois. Um que é a questão do acesso às creches, à pré-escola, que é obrigatório, e ao ensino fundamental que é obrigatório também. Mas igualmente ou até mais importante que o acesso à escola é a qualidade do ensino. E para melhorar a qualidade do ensino estamos investindo nisso que estou chamando de fortalecimento da estrutura pedagógica, que é recursos humanos qualificados, desenvolvendo programas de gestão para a qualidade da aprendizagem e gestão de resultados.

Como isso funciona?

A gestão da aprendizagem começa desde a infraestrutura até chegar no aluno, otimizando todos os procedimentos. O coordenador pedagógico tem papel fundamental neste processo porque ele via trabalhar o projeto político pedagógico, se necessário, aperfeiçoar esse projeto e acompanhar esse desenvolvimento juntamente com os professores. É algo estruturado. Entendemos que a qualidade da educação passa por algo muito organizado. Nos países desenvolvidos como Finlândia e Noruega tem uma cultura de organização muito séria, mesmo quando o aluno está fora da sala de aula. Em Ribeirão Preto, Brasil, precisamos trazer cada vez mais o aluno para dentro da escola. Às vezes ela precisa disso até para comer, para livrá-la das drogas para tirá-la de uma situação de vulnerabilidade. E isso passa por uma estruturação e organização muito séria, com estrutura definida.

E a gestão por resultados?

O que você não mede, não quantifica, não administra. Então hoje temos alguns indicadores, alguns avaliadores como o Ideb, que é a Prova Brasil e que nos indivq que o nível de proficiência dos nossos alunos precisa melhorar. Ainda temos 57% abaixo do nível adequado em matemática e 40% em português. Apesar de que quando pegamos anos iniciais, a média do município é de 6,2, e está acima da médica nacional, que é 6,1, mas quando você olha esse indicador individualmente vê que ele precisa melhorar.

E como alcançar essa melhora?

Hoje estamos trabalhando na qualificação dos professores, ou seja, capacitando os multiplicadores. Temos o Mais Educação com 34 mil alunos beneficiados com 15 horas a mais na escola. Estamos trabalhando também no projeto de escola dos diretores e vice-diretores da rede. Já fizemos a quinta reunião e é um processo que está bem avançado e trará um marco para a Secretaria da Educação. É uma construção coletiva porque são 23 membros, envolve pais, professores, diretores, Conselho de Educação.
 



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