Startup cria plataforma para ensinar matemática

10/07/2018 11:59:00

Baseada em jogos, a plataforma já é utilizada por cerca de 14 mil alunos, distribuídos por oito estados brasileiros

Erica Stamato e Reginaldo Gotardo são os fundadores da startup Cross Reality, que criou a plataforma de ensino Educacross; empresa está instalada no Centro de Negócios do Supera Parque (Foto: Weber Sian / A Cidade)

Uma plataforma de ensino desenvolvida por uma startup de Ribeirão Preto, com base na inteligência artificial, está tornando mais fácil o aprendizado de matemática em escolas públicas e privadas. O segredo? O uso de jogos como forma de exorcizar os demônios da matemática como um bicho de sete cabeças. 

A plataforma Educacross (www.educacross.com.br) foi desenvolvida pela startup Cross Reality, que está instalada no Centro de Negócios do Supera Parque de Inovação e Tecnologia.  

A ferramenta tem cerca de 1,5 mil jogos disponíveis para alunos do 1º ao 7º ano do ensino fundamental. De acordo com informações da empresa, cerca de 14 mil alunos em oito estados brasileiros já utilizam essa plataforma de aprendizagem, em um total de mais de 20 milhões de questões resolvidas.

Alunos e professores 

De acordo com Reginaldo Gotardo, diretor-executivo da Educacross, o uso da plataforma traz benefícios tanto para os alunos como para os professores, que têm o seu papel ampliado.   

Segundo ele, os alunos interagem com jogos em um ambiente digital lúdico, ao mesmo tempo em que um conjunto de algoritmos, técnicas estatísticas e ferramentas analíticas permitem aos professores a avaliação contínua da evolução das competências deles.  

"A proposta é transformar a tradicional avaliação no formato prova em um processo de acompanhamento contínuo, observando e acompanhando o desenvolvimento de habilidades do aluno. No modelo antigo, um professor trazia o conhecimento para a sala de aula. Hoje, esse conhecimento é amplamente disponibilizado graças às novas tecnologias. Com isso, o papel do professor se torna ainda mais importante, a partir do instante em que ele passa a ser um gestor desse processo, ganhando uma nova responsabilidade, que deve ser compartilhada com os pais e dirigentes de escolas", afirmou Gotardo, que é doutor em Inteligência Artificial. 

A Educacross conta atualmente com cinco produtos: Olimpíadas de Jogos Matemáticos, Trilhas da Aprendizagem, Programa32, Learning Analytics e a Ilha da Matemática. Ainda está em fase de desenvolvimento e testes a Ilha de Língua Portuguesa.  

(Divulgação)

Matemática deve se aproximar do aluno  
 
Cofundadora da Cross Reality, Erica Stamato considera importante que, desde cedo, a criança acredite em sua capacidade de resolver desafios para aprender matemática.   

"Ela também precisa explorar um bom repertório de problemas que lhe permita avançar no processo de formação de conceitos. Mas é importante que cada criança tenha o seu ritmo respeitado", afirma. 

Formada em Letras, com especialização em Psicopedagogia Institucional, Erica diz que uma alternativa é aproximar a matemática apresentada na escola do dia a dia da criança.   

"Utilizar estratégias de aprendizado baseado em jogos (games-based learning) torna esse desafio mais envolvente e ainda auxilia professores a detectarem quais são os pontos de maiores dificuldades dos seus alunos", conclui.  

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Como tudo surgiu  

Erica Stamato e Reginaldo Gotardo têm uma relação de infância com os jogos, que hoje são usados como a base de ensino do Educacross.  

"Eu sempre estive envolvida com eles, porque, nas reuniões de família, há muito tempo, o meu avô gostava muito de jogos. Então, quando eu e os meus primos nos reuníamos na casa dele, eram horas e horas de jogos. Eu praticamente cresci jogando Batalha Naval, Combate, War, esses tipos de jogos". 

Assim como Erica, Reginaldo teve a infância e adolescência ligadas a um tipo de jogo: damas. Ele foi campeão paulista da modalidade em três ocasiões, por equipes.  

"Assim, era praticamente natural que nós acabássemos por nos envolver em algum tipo de projeto que tivesse a ver com o uso de jogos", disse Erica.  

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Prêmio   

2016 foi o ano em que a Cross Reality - startup que criou a plataforma de ensino Educacross - recebeu o Prêmio Lide. Um ano antes, foi eleita uma das startups mais promissoras e, no ano passado, entrou para o programa BizSpark, de apoio da Microsoft. 

Jogos 

1,5 mil é a quantidade que integra a plataforma de ensino Educacross. No total, segundo informações da startup, a plataforma já é utilizada por mais de 14 mil alunos, distribuídos por oito estados, que já resolveram mais de 20 milhões de questões.  

Pais podem acompanhar evolução dos filhos  

A evolução dos alunos é acompanhada tanto por professores como pelos pais. De acordo com Erica Stamato, no caso dos professores, o sistema se adapta às competências esperadas para a idade de cada aluno e, ao mesmo tempo, recomenda ao professores diversas formas de intervenção didático-pedagógica.  

Em paralelo, a plataforma emite relatórios contínuos de avaliação, que permitem ao professor acompanhar o desempenho dos alunos.  

A navegação dos estudantes pela plataforma é livre, mas esse processo é acompanhado pelos professores, cabendo a eles conduzir essa autonomia.  

Assim como os professores, o acompanhamento dos pais também está previsto na plataforma. Eles podem verificar que tarefas os filhos estão fazendo e acompanhar a evolução na resolução dos problemas de matemática. 

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