Pazin Filho, coordenador da UE-HC: ‘mudar a realidade’ (Foto: Sergio Masson / Especial)

Uma parceria entre Diretoria Regional de Saúde (DRS), Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão, Samu, hospitais da cidade e Secretaria Municipal de Saúde pretende diminuir o tempo de internação de pacientes na Unidade de Emergência do UE-HC e aumentar a rotatividade de alguns tipos de leito do único hospital de referência terciária da região.

Seguindo uma portaria do Diário Oficial, publicada no dia 8 de janeiro de 2013, a DRS firmou um convênio com três Santas Casas para que 30 leitos subaproveitados pudessem receber pacientes que estivessem em condições de deixar os leitos da UE. A verba para implantação do projeto foi de R$ 3,8 milhões, disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Saúde.

“Estamos transferindo para esses hospitais pacientes e não problemas. Eles não deixam de ser acompanhados e assistidos; mas liberando esse leito, nós conseguimos aumentar o número de vagas para algumas especialidades”, explica o coordenador do UE-HC Antônio Pazin Filho.

As Santas Casas de Guariba, São Simão e Altinópolis já receberam 100 pacientes transferidos só do HC, desde 2013, quando o projeto começou a ser colocado em prática.

“Temos feito visitas para acompanhar esses pacientes e ver sua evolução. Em contrapartida, tínhamos 15 leitos novos para tratar pacientes com AVC (Acidente Vascular Cerebral) e agora temos 50”, explica Pazin.

Segundo ele, outras Santas Casas da região já estão interessadas em participar do projeto, porém a verba, que vem de repasse estadual, será repassada pelo governo federal, como parte de projeto para tornar as Santas Casas sustentáveis. “De 30 leitos que conseguimos ampliar com esse convênio, queremos passar para 120. Hoje temos 120% de ocupação, mas estamos mudando esse perfil”, diz.

Superlotação serviu para criar o projeto

O coordenador da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (UE-HC), Antônio Pazin Filho, explica que, em julho do ano passado, o hospital recebeu uma autuação da Vigilância Sanitária por superlotação.

“A partir daí tivemos uma reunião com a DRS (Diretoria Regional de Saúde), com o Ministério Público e com a Secretaria Municipal da Saúde e tivemos que pensar nesse projeto para mudar essa realidade, que já foi bastante noticiada, de pacientes esperando em macas”, diz Pazin.

Como os casos dos pacientes que chegam até a unidade são mesmo os graves de nível terciário, foi preciso capacitar profissionais dessas Santas Casas.

“Nós avaliamos os pacientes que têm condições de ir para essas cidades e se a família autorizar nós fazemos a transferência com o auxílio do Samu”, explica Pazin Filho.