Volta aos trabalhos deve ocorrer após o 118° dia de greve (Foto: Luis Ribeiro/Sintusp)

Os grevistas da Universidade de São Paulo (USP) devem voltar ao trabalho na segunda-feira (22). A reposição do tempo parado, que era o principal empecilho, deve ser feita em uma hora extra por dia, durante 70 dias. A proposta foi feita pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), em reunião em São Paulo.

A universidade queria reposição de todo o tempo parado nos 115 dias de greve, enquanto o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) propunha a reposição do trabalho acumulado, como foi feito em outras greves. O sindicato deve oficializar o aceite à proposta em assembleia nesta quinta (18), em Ribeirão Preto, e na sexta (19), em São Paulo.

Em entrevista à rádio CBN Ribeirão, o diretor do Sintusp de Ribeirão, Luis Ribeiro, afirmou que "os trabalhadores têm plena consciência de que aonde for necessário, estaremos fazendo até mais do que essa hora, para repor o trabalho, porque nosso interesse é manter a qualidade da universidade".

Na terça (16), o conselho universitário aceitou, após votação, o pagamento do abono salarial de 28,6% referente aos quatro meses de paralisação, como publicou a CBN Ribeirão. A universidade queria que os novos valores entrassem em vigor em janeiro de 2015. O aumento salarial será concedido em duas parcelas de 2,57%: na folha de setembro, a ser paga em outubro, e na folha de dezembro, a ser paga em janeiro.

Os grevistas da USP receberão reajuste salarial de 5,2%, o mesmo valor pago à Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp). A Justiça ainda obrigou a USP a devolver os salários suspensos desde agosto e o pagamento do vale-alimentação.