Mulher supera homem no tratamento da diabetes

31/08/2014 14:48:00

Elas são maioria, entre pacientes entrevistados, na hora de buscar o serviço de saúde para fazer o tratamento adequado

F.L. Piton / A Cidade
Neuza Maria, manicure e portadora de diabetes há 21 anos: prática de caminhada diária com amiga. “No começo eu me sentia cansada, mas depois você acostuma” (Foto: F.L. Piton)

Uma pesquisa da Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto concluiu que as mulheres são a maioria na hora de buscar o serviço de saúde e no caso específico da diabetes, são as que melhor aderem ao tratamento medicamentoso contra a doença, mais do que os homens.

Dessa forma, elas conseguem evitar as complicações futuras como cegueira, problemas renais e circulatórios.

O pesquisador Plínio Tadeu Istilli, aplicou um questionário que foi respondido por 60 pessoas, a maioria delas idosos da zona Oeste da cidade que fazem uso de insulina e remédio oral para controlar a diabetes.
“Nós percebemos por meio de exames clínicos e pelo índice da glicose na hemoglobina, que essas mulheres apresentavam um índice de açúcar mais controlado”, explica Istilli.

Segundo ele, a pesquisa é um dos braços de um grande estudo sobre a diabetes que analisa vários aspectos relacionados a adesão do tratamento e o controle das complicações da doença.

“O objetivo do enfoque é ampliar a abordagem da doença, para que os profissionais de saúde consigam planejar ações de intervenção para melhorar a vida desses pacientes e diminuir o número de mortes e complicações pela doença”, diz o pesquisador.

Outro apontamento da pesquisa mostra que as pessoas que tiveram o diagnóstico da diabetes há menos de cinco anos acreditam mais no resultado dos medicamentos.

Já as que descobriram a doença há mais tempo não acreditam na resolutividade da medicação para tratamento.

“A questão da diabetes não é só o uso do medicamento. Nós percebemos que as pessoas muitas vezes usam a insulina e a metformina de forma adequada, mas se esquecem de que também é necessário uma mudança dos hábitos alimentares e de que o exercício físico é importante.

Segundo dados da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, a cidade tem 28 mil diabéticos que fazem tratamento na rede e retiram medicamentos nas farmácias do município, destes, 7,5 mil fazem uso de algum tipo de insulina.

Diabética há 21 anos, Neuza faz uso correto

A manicure Neuza Maria Sargnoli Zamara, 62 anos, participou da pesquisa. Ela conta que faz uso da insulina corretamente, mas a medicação oral não é sempre que toma. “O dia que eu me sinto bem eu tomo, mas às vezes o remédio dá umas reações e aí prefiro não tomar”, conta.

Segundo ela, as complicações pela doença começaram a aparecer agora. “Não estou mais conseguindo enxergar para fazer as unhas das clientes, percebi que foi ficando difícil”, diz. Já o exercício, por incentivo do filho que é professor de educação física, dona Neuza não se esquece.

“Pratico caminhada com uma amiga. No começo eu me sentia cansada, mas depois você acaba se acostumando e parece até que o corpo te pede para ir fazer esse exercício”, explica.

Infográficos / A Cidade
Pesquisa da USP revela que portadoras aderem melhor às prescrições e, assim, evitam problemas (Foto: Infográficos / A Cidade)

 



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