Debate em Ribeirão Preto traz questão do transporte à tona

17/04/2014 09:10:00

Segundo seminário debaterá caminhos para melhorar mobilidade do município

Weber Sian / A Cidade
Combinação de muitos veículos com falta de estrutura nas vias resulta em congestionamentos (foto: Weber Sian)

Especialistas apontam: sem planejamento, Ribeirão Preto, hoje com 650 mil habitantes e 472 mil veículos, vai parar em breve. Esse é exatamente o tema do segundo dia do Agenda Ribeirão – em 28 de maio –, centro de debates promovido para trazer à tona três questões: Morar, Andar e Viver. O evento é realizado pelo A Cidade e a rádio CBN, com apoio da EPTV.

Para o professor doutor José Leomar Fernandes, todos os grandes municípios do Brasil deveriam promover debates sobre o trânsito. “A discussão é muito válida porque a população precisa entender que o transporte coletivo precisa ser a opção diária”, disse Fernandes, do Departamento de Engenharia de Transportes da USP [Universidade de São Paulo] de São Carlos.

Expectativa
O promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da Silveira, que comanda um inquérito civil sobre a concessão do transporte coletivo urbano desde janeiro de 2013, afirma que passou da hora da sociedade debater o transporte.

“Ribeirão Preto precisa, de forma urgente, debater a questão do transporte, porque já está perdendo o chamado ‘bonde da história’. Diria até que já estamos atrasados nesta questão”, afirmou. “É momento de recuperar o tempo perdido”, completa.

O professor doutor André Lucirton Costa, da Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto (FEA-RP), lembrou que o ribeirão-pretano está cada vez mais preso ao trânsito.

“A iniciativa de debater o tema é válida porque o trânsito afeta a todos. A discussão faz a população se mobilizar e buscar alternativas”, apontou. 

F.L.Piton / A Cidade
Transporte coletivo perde usuários ao passar dos anos

Ruas de Ribeirão ganham 50 carros por dia

O número de veículos circulando em Ribeirão Preto aumenta, em média, 1.500 por mês ou 50 por dia. Só no último semestre de 2013, a frota saltou de 462.550 para 471.453.

Segundo o balanço do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), se contar apenas o número de carros, o aumento nos últimos seis meses de 2013 foi de 1,6% - de 267.165 para 271.526. Já as motos aumentaram de 119.698 para 121.935 – mais 2.237 (1,9%).

Outro número que chama a atenção é o de carros emplacados em Ribeirão Preto. Em março de 2014, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a cidade ‘ganhou’ mais 2.127 veículos.

Para suportar o crescimento da frota e melhorar o fluxo do transporte coletivo, a prefeitura  pretende investir R$ 124 milhões em viadutos, túneis e duplicação de vias. O dinheiro vem através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade Urbana.

Ciclovias custam R$ 25 milhões

Observando a carência de ciclovias em Ribeirão Preto – hoje são cerca de 7 quilômetros – o professor André Lucirton e a arquiteta e urbanista Lívia Roveri elaboraram um projeto, chamado “Entre Rios’, para a implantação de 80 quilômetros de ciclovias ao custo de R$ 25 milhões. 

A sugestão é que a prefeitura utilize parte do dinheiro do PAC da Mobilidade Urbana para bancar as ciclovias. A proposta utiliza o relevo da cidade, com vários cursos de córregos, para baratear o custo – por isso o nome ‘Entre Rios’.

Outro projeto

A prefeitura planeja construir 30 km de ciclovias. A meta consta no Plano de Mobilidade Urbana, que ainda é discutido. Entre as avenidas que têm previsão de ciclovias estão a Recife e Thomaz Alberto Whatelly, na zona Norte. 

Atualmente estão em funcionamento uma ciclovia na Via Norte, com 5 km, e outra na Henry Nestlé, com 2,2 km.

Serviço

O Seminário - 28/05

Onde: Hotel Mont Blanc

Maurílio Biagi, 1.547

Horário: das 8h às 12h



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