Responsável pela Paróquia São Francisco, de Ribeirão Preto, morreu vítima de infarto aos 59 anos; corpo será enterrado na região
O padre Luiz Henrique Bugnolo, morto aos 59 anos na tarde desta segunda-feira (20), após sofrer um infarto em casa, sempre falava sobre a morte em suas pregações e com os fiéis mais próximos na Paróquia São Francisco de Assis, no Jardim Castelo Branco, zona Leste de Ribeirão Preto.
A amiga e coordenadora da Pastoral da Comunicação da paróquia, Maria Eugenia Andreetta, 48, contou que o padre afirmava não ter medo da morrer. “Mas, fazia questão de completar a frase: que também não tinha pressa nenhuma”, lembrou.
A saúde do religioso começou a dar sinais de que não estava bem em outubro, aproximadamente um mês após o falecimento da mãe dele, Ana Bugnolo, vítima de um câncer no cérebro, aos 76 anos.
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“Mesmo não se sentindo bem, foi dirigindo o carro até o hospital. Lá, enquanto era atendido, sofreu o primeiro infarto”, disse Maria Eugenia.
Foi necessário passar por um cateterismo e a colocação de stent em uma artéria para evitar a obstrução de vasos.
O padre - que era fumante e costumava abusar da dieta, segundo pessoas mais próximas - se recuperou rápido e aos poucos ia retomando a vida.
“Ele estava se cuidando, seguia a recomendação médica e celebrava apenas uma missa por final de semana”, disse Maria Eugenia.
Porém, nesta segunda-feira (20), ele voltou a passar mal quando estava em casa e não houve tempo para o socorro. Apesar das tentativas de duas equipes de resgate, por volta das 14h30, o padre Bugnolo não resistiu a um novo ataque cardíaco.
“Eu e a comunidade toda não acreditamos até agora que perdemos o padre. Ficaram os ensinamentos de um pai e, acima de tudo, uma grande amizade”, afirmou Maria Eugenia com os olhos cheios de lágrimas durante o velório do religioso na manhã desta terça-feira (21), na igreja de São Francisco.
Palmeirense fanático
Além do sacerdócio, padre Bugnolo também era apaixonado pelo Palmeiras. Sobre o seu caixão, havia uma bandeira do clube, presente do amigo Lucas Filipe, 29.
“Como ele sabia que eu também sou palmeirense, o padre me presenteou com a maquete do novo estádio e um capacete com adesivos do clube. Quando de sua morte, quis retribuir com a bandeira”, contou.
Padre Bugnolo fazia questão de conhecer os fieis, inclusive de fazer visitas às casas deles no bairro. “Ele sabia o nome de todos e participava das nossas vidas”, disse Mário Triani, 62.
“O padre Bugnolo nos ensinou a amar ao próximo sem qualquer julgamento”, afirmou Karina Romero, 38. Aliás, a família dela ficará com muitas lembranças do religioso.
“Ele celebrou meu casamento, fez o batizado de todas as crianças da família e deu a primeira benção para o parto da paróquia a mim e a meu filho Matheus, hoje com 14 anos”, lembrou, também sob intensa comoção.
Bastante emocionado, o pai do religioso, Eurico Bugnolo, 80, acompanhou as homenagens ao filho.
Padre Bugnolo estava na paróquia desde 1993. E já tinha o pensamento voltado para o Jubileu de Prata no próximo ano.
“Ele pregou a vida inteira a verdade da ressurreição e nos ensina a viver agora essa experiência. Um grande amigo e um padre muito dedicado. É alguém que se entregou inteiramente ao serviço da igreja e dos irmãos”, declarou o arcebispo Dom Moacir Silva, que celebrou a missa de corpo presente nesta manhã.
A missa de sétimo dia será celebrada no próximo domingo (26), às 18h, na igreja de São Francisco – rua São Francisco de Assis, 230, Jardim Castelo Branco.
O corpo do padre Bugnolo seguiu em cortejo até Serra Azul, sua cidade natal, onde será sepultado no túmulo da família, às 16h.
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