'Marcha da Consciência Negra' pede mais respeito e igualdade

20/11/2017 18:00:00

Cerca de 100 pessoas saem às ruas da cidade em ato que marcou o feriado em Araraquara

Tom Oliveira
Marcha teve homenagem à Madrinha Olga (Tom Oliveira/ACidadeON)

 

Muito mais que um feriado municipal, o dia 20 de novembro representa a Consciência Negra e o passado, presente e futuro de uma população que encara o preconceito todos os dias. É tocando nesse tema que se conquista o respeito, o fim do preconceito e a plena igualdade.

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Foi com esse espírito que mais de 100 pessoas caminharam pelas ruas de Araraquara durante a ‘10ª Marcha da Consciência Negra’, saindo da Rua São Bento, após um show de rap, e seguindo até o Sesc, no Carmo, onde aconteceu outra apresentação musical. Junto com eles, a história de muitos antepassados que, com muito suor, ajudaram a construir a cidade de Araraquara hoje.

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Para um dos organizadores, o coordenador executivo de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Araraquara, Luiz Fernando Costa de Andrade, a marcha deixa um espírito renovado de mobilização social. “Foi fantástico. As pessoas que vieram, vieram comprometidas. Araraquara dá o exemplo mais uma vez em uma história de 10 anos de militância na rua. Acho que é o começo de um novo momento”, comentou.

Muitos líderes religiosos estiveram presentes no ato, que contou com a presença do prefeito Edinho Silva. O babalorixá Francisco D’Ogum citou que a cidade melhorou, mais ainda tem casos constantes de preconceito. “É necessário ter a marcha pelo marco do Zumbi dos Palmares, pelo marco do dia dos orixás. E a gente nunca para no tempo para conseguir mais liberdade, mais respeito e união e mostrar o que é o espiritismo, a umbanda e o candomblé não é um ‘bicho de sete cabeças’ e que também a gente está rezando para Deus, mas da forma como nos acostumados a rezar”, falou, em entrevista ao ACidadeON.

O Dia da Consciência Negra é um feriado municipal, mas pode se tornar nacional nos próximos anos. Para Patrícia Ferreira, praticante do candomblé, seria um importante reconhecimento. “Essa data para nós, negros e descendentes de negros, é uma vitória. É o reconhecimento de uma cidade, e do Brasil, de que nós negros viemos para o Brasil e construímos esse País. Se temos Araraquara, foi com o suor de muitos negros que vieram como escravos do café; então essa data é essencial para mostrar que a gente é unido e tem fé”, opinou.

Ainda neste dia 20, foi realizada uma homenagem às famílias negras tradicionais de Araraquara.
 



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