"Bairro Santa Cruz virou campo minado com a Protege", diz moradora

16/10/2017 19:17:00

Síndica de um dos 15 prédios que cercam empresa de valores diz que a cada novo ataque no Estado, sensação de insegurança é maior

Matheus Urenha / A Cidade
Vânia Rosseto diz que, a cada novo ataque no Estado, sensação de que o bairro tornou-se um campo minado fica ainda maior (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

 

NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 11H10

O assalto à Protege de Araçatuba, na madrugada desta segunda-feira (16), reacendeu o medo dos moradores do Santa Cruz, na zona Sul de Ribeirão Preto. Apesar da distância, a unidade da mesma empresa de valores naquela região tem tirado o sono dos vizinhos, como Vânia Rosseto, de 53 anos.

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A síndica de um dos 15 prédios do entorno diz que, a cada novo ataque no Estado, a sensação de que o bairro tornou-se um campo minado fica ainda maior. “Esta atividade coloca cerca de 1.500 famílias em risco todos os dias, porque os roubos estão cada vez mais frequentes”.

Segundo ela, que vive há 30 anos no mesmo condomínio, a solicitação é que a empresa mude de endereço, porém, Protege e Prefeitura Municipal, que concede o alvará de funcionamento, ignoram a segurança dos moradores. A esperança, agora, está depositada na Justiça Criminal.

Por perturbação, um boletim de ocorrência (BO), registrado por Vânia em 2015, é, agora, um processo com base no direito de vizinhança – no artigo 1.277 do Código Civil está previsto que nenhum vizinho pode colocar o outro em risco. Uma ação civil também já foi instaurada.

“Não dá para viver esperando que a próxima explosão seja aqui [na Protege do Santa Cruz], pois o estrago colocaria nossas vidas em risco”, diz a síndica, que, ao ACidade ON, revelou um agravante: todos os prédios que cercam a empresa são abastecidos por gás encanado.

Outro lado

Por meio de nota, a Protege confirmou que foi vítima de uma ação criminosa contra a Base Operacional de Araçatuba. Disse, ainda, que todos os vigilantes encontram-se em segurança e a empresa está colaborando com as autoridades na investigação em curso.

Em resposta as reclamações dos moradores do Santa Cruz, em Ribeirão Preto, relatou que a empresa "cumpre rigorosamente a legislação em vigor do setor, atividade regulamentada pela Polícia Federal e demais órgãos competentes, e investe constantemente em novas tecnologias para aprimorar suas operações", escreveu, via assessoria de imprensa.

Assalto em Araçatuba

Em uma ação orquestrada, uma quadrilha fortemente armada assaltou a Protege de Araçatuba, na madrugada desta segunda-feira (16). Segundo a Polícia Civil, o armamento usado pelos criminosos era de uso restrito e, com isso, deixou um policial morto. Além disso, o grupo abriu fogo contra o quartel da Polícia Militar (PM).

A ação dos criminosos em Araçatuba, localizada no Oeste de SP, foi semelhante à registrada em Ribeirão Preto no assalto de R$ 51,2 milhões da Prosegur, sediada na Avenida Saudade, nos Campos Eliseos, em 5 de julho de 2016. À época, um morador de rua também morreu.

Além desta base, que foi desativada e transferida para o Parque Industrial Lagoinha, com muros e portões altos e câmeras de segurança, há mais duas empresas de valores no município: a Brinks, no mesmo bairro, e Protege - única que segue em área residencial.



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