Pais trancam filha com deficiência mental em casa e esperam internação permanente

12/09/2017 21:09:00

Família afirma que filha de 31 anos era abusada e espancada na rua, em Serrana; Polícia Civil investiga o caso

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Pais afirmam que filha, deficiente mental de 31 anos, começou a ficar agressiva e precisou ser trancada dentro de casa; clique e veja galeria de fotos (Foto: Reprodução / EPTV)

 

A Polícia Civil de Serrana começou a investigar os pais de uma mulher de 31 anos que construíram uma cela para trancar a filha dentro de casa.

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A mulher teve meningite quando era bebê e sofreu sequelas por causa da doença. A mãe da vítima, Lázara Gonçalves, relata que o comportamento da filha começou a ficar mais agressivo nos últimos dez anos.

"Ela não quis mais obedecer em nada, não atendia em nada que a gente falava. Só achava que podia ficar na rua, que é o que queria. Chegou a ameaçar a gente, pegou a faca, para deixar ela sair. Quando ela voltava, falava que foi abusada, espancada", relata.

A mulher com deficiência mental precisa tomar quatro remédios controlados por dia e quando sai de casa, acaba fugindo. Portanto, os pais acabaram a trancando na cela com cadeado à espera de um tratamento ou internação permanente.

"Tomei essa atitude porque foi a última forma que teve. Colocar a grade para que ela não ficasse na rua solta, aqui ela tem segurança, está com a família", diz o pai Petrônio Gonçalves.

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Família espera tratamento ou internação permanente para mulher de 31 anos; clique e veja fotos (Foto: Reprodução / EPTV)

 

Investigação

A Polícia Civil já instaurou um inquérito por cárcere privado porém, na mesma investigação, analisará se houve omissão por parte do poder público em relação a família.

"O caso é extremamente delicado. O pai diz que faz um ano e meio que está nessa situação. Vamos apurar se existe maus tratos, mas aparentemente o pai entrou em desespero. Se deixar a menina na rua ela corre risco de ser violentada e mau-tratada, como já foi, e de machucar alguém, como já aconteceu", explica o delegado José Augusto Franzini de Almeida.

Já sobre a conduta dos pais e uma possível represália, o delegado acredita que a possibilidade é baixa. "A analise da conduta típica dos pais vai ser analisada pelo ministério público, mas eu acredito que é muito pouca a penalidade pois eles já estão sendo penalizados. Há anos eles convivem com esse problema sem que tenha sido dado uma solução adequada para a moça", finaliza.

Outro lado

A Secretaria Estadual de Saúde informou a EPTV que a paciente teve alta do hospital Santa Tereza, em Ribeirão Preto, em setembro de 2013 com a indicação de continuar o acompanhamento na rede municipal de Serrana. Eles dizem que não receberam um novo pedido de internação.

A Prefeitura de Serrana diz que a decisão sobre a internação permanente deve ser de um médico e que a família decidiu interromper o tratamento no Ambulatório de Saúde Mental da cidade e, por conta própria, resolveu manter a jovem em casa. (Com EPTV)



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