Instituto Crescer Cidadão estimula a inclusão social

22/06/2017 15:30:00

Fundado em 2005, o ICC atua com o objetivo de oferecer ferramentas para a formação de jovens

Divulgação / ICC
Com capacidade para atender 60 alunos, o ICC conta com 45 matriculados, além de quatro menores aguardando autorização judicial para participar do projeto (Foto: Divulgação / ICC)

 

Crianças e adolescentes entre 6 e 12 anos, moradores dos bairros Salgado Filho I e II, Quintino Facci I e ao redor do aeroporto, encontraram refúgio e acolhimento ao lado de profissionais que atuam no Instituto Crescer Cidadão (ICC), em Ribeirão Preto.

Fundado em 2005, o ICC atua com menores em situação de vulnerabilidade social com o objetivo de oferecer ferramentas para a formação desses jovens como cidadãos, estimulando a inclusão social por meio de atividades lúdicas no contraturno escolar. No entanto, para participar, existem regras: não pode faltar aos encontros no ICC e precisa frequentar a escolar.

De acordo com a vice-presidente Mônica Pileggi Rímoli, a instituição nasceu de uma ONG chamada anteriormente Criança Feliz, fundada por parte dos atuais profissionais que queriam entender a dinâmica do processo educacional, da questão psicológica e descobrir a melhor maneira de agir para facilitar o aprendizado desse perfil de alunos.

“Somos ligados à assistência social e trabalhamos com crianças muito comprometidas em relação a afeto. São carentes de estímulos na primeira infância, o que compromete o aprendizado. A nossa proposta é oferecer conhecimento de um lado da vida que eles não têm para depois fazerem suas escolhas e transformarem a comunidade onde vivem”, explica Mônica.

Com capacidade para atender 60 alunos, o ICC conta com 45 matriculados, além de quatro menores aguardando autorização judicial para participar do projeto. Mônica também cumpre o papel de coordenadora pedagógica e de professora da turminha de até 10 anos, no período da manhã.

De segunda a sexta-feira, são realizadas atividades socioculturais e lúdico-pedagógicas de cidadania, meio ambiente, saúde, artes, além de oficinas de dança e futebol. A partir dos 13 anos, os alunos recebem cursos de preparação para o mercado de trabalho com ensinamentos básicos de informática e também orientações comportamentais.

Sem verbas públicas, o ICC é mantido por meio de doações, captação de recursos durante eventos ao longo do ano e de inscrição em programas do Conselho da Criança e do Adolescente. Com o atual quadro econômico do país, Mônica conta que foi necessário interromper momentaneamente trabalhos realizados com os jovens acima de 13 anos e adultos.

“Nós tínhamos uma padaria montada e uma oficina de corte e costura funcionando para reinserir esse grupo no mercado de trabalho. Mas, precisamos devolver a casa alugada onde fazíamos essas atividades para não fecharmos as portas de vez”, lamenta.

Hoje, o grupo sonha com a doação de um terreno para retomar as demais atividades e poder trabalhar o vínculo afetivo com toda a família novamente, visto que costumavam participar das atividades os irmãos e pais dos alunos matriculados.

Frustrações e recompensas

Segundo Mônica, um dos maiores desafios foi evitar a frustração e a tristeza ao ver um jovem que passou pelo ICC e tomou um caminho, muitas vezes, sem volta. Apesar dos incontáveis casos de crianças que se envolveram com drogas, e até mesmo aquelas que morreram, a vice-presidente e seus parceiros unem força e dedicação para trabalhar o melhor possível com os menores que encontram acolhimento na instituição.

“O período que ficam com a gente é muito curto em relação ao que ficam na rua. Compreendemos que a escolha do caminho é um processo que não cabe a nós, mas oferecemos todas as ferramentas para que eles construam uma vida melhor para si”, diz.

Mônica também afirma que o grupo todo encontra estímulos nos pequenos que demonstram mudanças significativas no comportamento. Estes, aliás, compõem a maioria dos resultados.

“Eles são muito reativos: bateu, levou. Então, quando uma criança vem e me diz ‘Tia, estou com raiva e vou bater’ significa que ela aprendeu a expressar seus sentimentos e a reconhecê-los. Eles tendem a reproduzir o que é normal na vida deles e, quando percebem que pode ser diferente, não tem dinheiro que pague”, explica.

Como ajudar

Doação de alimentos como macarrão, arroz, feijão, leite e achocolatado. O ICC precisa de voluntários para dar oficinas de judô e dança. Interessados em realizar outros trabalhos devem ligar para (16) 3996-8653.



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