Entidade enfrenta problemas financeiros para manter atendimento aos alunos
Clarinda da Silva Moreira, 40 anos, acorda todos os dias às 5h30. Prepara o café para ela e a filha Tatiane, 21, e o lanche que trará no ônibus de Dumont para Ribeirão Preto, que vai garantir o sustento das duas até o almoço na volta para casa. Há 19 anos, essa é a rotina da mãe ao acompanhar a filha com paralisia cerebral em busca de atendimento especializado na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Carinhosamente chamada pela família por Tati, a jovem vive sobre uma cadeira de rodas e não gosta de faltar às atividades na instituição. “A Tati gosta muito da natação e adora a professora Cidinha, que atua na área pedagógica. A Apae é fundamental na vida da minha filha. Sem a instituição, não teríamos para onde ir”, conta.
E é esse atendimento especializado que a entidade luta para continuar oferecendo.
O presidente da Apae de Ribeirão, Celso Fujioka, revelou que a dívida total é de R$ 6,7 milhões e que a conta mensal não tem fechado no azul, já que o custo operacional é de R$ 500 mil e que consegue arrecadar R$ 470 mil por mês.
Fujioka, que está no cargo há cinco anos e é o responsável por 130 funcionários e 420 alunos, afirmou que as doações e recursos privados correspondem a uma maior porcentagem em relação a repasses vindos do poder público. “A ajuda, porém, tem que ser permanente, não somente nos eventos que promovemos. As pessoas atendidas aqui não precisam apenas de cidadania, mas de cuidados especiais também”, ressalta.
Sem cozinha
O lanche que Clarinda Moreira traz todos os dias talvez fosse uma preocupação desnecessária se a cozinha da Apae estivesse em funcionamento. “Desde março o serviço foi suspenso e alguns alunos estão deixando de frequentar porque não conseguem trazer a alimentação, pois saem de casa por volta das 10h e permanecem durante todo o período da tarde na instituição”, comenta a mãe.
Celso Fujioka explicou que, por conta da escassez de recursos, precisou optar entre alimentação a oferecer serviços como educação e saúde. “A alimentação não é a atividade principal da entidade. Não dá para fazer mais ou menos, tem que fazer bem feito e temos gastos mais essenciais com professores, médicos e enfermeiros. Há muita emoção no envolvimento com causas sociais como essa, mas tenho que usar muito a razão para administrar”, explica.
Clarinda alerta: essa incerteza em relação aos recursos para manter a entidade de pé tem gerado insegurança aos pais – até o grupo de artesanato criado para reverter fundos à instituição também enfrenta a falta de matéria-prima. “Sei que a situação não está fácil: precisamos que os governos e as pessoas se conscientizem e ajudem mais. Não sabemos se a Apae vai ficar aberta, se vai fechar um dia...”, diz, angustiada.
Música e solidariedade
As ações sociais são extremamente importantes para a Apae de Ribeirão. Por isso, um show inédito está sendo preparado para arrecadar fundos e manter acesa a chama da solidariedade.
O grupo Rod Hanna e a Orquestra Sinfônica de Ribeirão vão protagonizar o Grande Encontro no dia 22 de junho, às 21h, no Theatro Pedro II. O show terá repertório eclético e a gravação de "Back to Disco", novo álbum da Rod Hanna.
SERVIÇO
Grande Encontro - Movimento APAExone-se
Rod Hanna e Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto
Quando: 22 de junho, às 21h
Local: Theatro Pedro II
Ingressos: a partir de R$ 50 (meia) até R$ 200 - www.ingressorapido.com.br ou (16) 3977-8111 e 3512-5209
Convites corporativos: (16) 3512-5210 e (16) 9.9759-9488 ou pelo e-mail secretaria@apaerpo.com.br
Como ajudar
Além do espetáculo da banda Rod Hanna e da Orquestra Sinfônica, a entidade também conta com outros canais de doação. Confira:
TELEMARKETING
(16) 3512-5209
DEPÓSITO BANCÁRIO
Apae – Ribeirão Preto
Caixa Econômica Federal
Agência - 340
Conta - 03.000930-3
CNPJ - 56.015.894/0001-48
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