Praça ganha jardineira especial na Lagoinha, em Ribeirão Preto

15/01/2017 14:49:00

Além de plantar flores, aposentada colhe o lixo espalhado pelo chão e prega placas pedindo bons modos a usuários

Weber Sian / A Cidade
Na zona Leste, aposentada Maria José de Souza planta flores no jardim da praça Ali Yossef Abou Hamin; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Weber Sian / A Cidade)

 

É graças a pessoas como a aposentada Maria José Ribeiro de Souza, 58 anos, que algumas praças de Ribeirão Preto se mantêm floridas e bem cuidadas.

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Com a ajuda da cirurgiã dentista Carmen Fanganiello, Maria José, mais conhecida como Zezé, plantou diversas mudas de plantas na praça Ali Yossef Abou Hamin, entre as ruas Niterói, Jordão Fávero e Antonio Fernandes Figueiroa, na Lagoinha, zona Leste da cidade, além de colocar placas pedindo para as pessoas jogarem lixo na lixeira e recolherem as fezes de seus cachorros.

Debaixo de chuva, Zezé foi "flagrada" plantando mudas de camarão-vermelho, orquídeas e melissas na última quarta-feira (10). "Eu adoro cuidar. E se deixar na mão da prefeitura, não vai para frente", afirma.

Zezé atua voluntariamente como a zeladora da praça sem nem mesmo ter sido requisitada para essa função. Ela recolhe o lixo espalhado pelo chão aos domingos e arrecadou dinheiro com os comerciantes locais para cimentar a parte em que os aparelhos da academia ao ar livre foram instalados.

"Às vezes fico desanimada. Outro dia mesmo tiraram as madeiras que coloquei em volta das plantas para protegê-las. O pessoal reclama, mas não faz nada para mudar. As pessoas não são capazes de recolher um copo plástico que está no seu caminho", lamenta.

Uma lixeira foi derrubada, a placa com o nome da praça foi depredada e dois bancos estão quebrados. "Acho que o nome disso é má educação. As pessoas jogam lixo no chão e não estão nem aí", observa o comerciante Evandro Carlos Hilário, 42 anos.

Evandro, que tem uma sorveteria em frente à praça, comenta que, se a praça ficasse sempre limpa, o bairro todo seria beneficiado. "Os adultos teriam um lugar para caminhar com tranquilidade e passear com seus cachorros, as crianças teriam um lugar seguro para brincar e, estando todos satisfeitos, as pessoas viriam tomar sorvete, o que seria bom para mim", destaca.

 

Weber Sian / A Cidade
Cavalo pasta em matagal da praça Jardim Juliana; clique na imagem para abrir galeria (Foro: Weber Sian / A Cidade)

 

É uma praça, mas tem cara de fazenda 

A praça Jardim Juliana, localizada entre as ruas Oswaldo Cocce, Urandy Vieira de Souza, Ida Maria Lagos Tunis e Arthur Fernandes de Oliveira, no Jardim Juliana, zona Leste, mais parece uma fazenda. Há cavalos pastando e galos e galinhas ciscando no local.

O mato alto está ideal para os animais, inclusive para os peçonhentos. "Apareceram cinco escorpiões aqui em casa. Já passou da hora de cortarem o mato. A gente para os impostos em dia para quê?", questiona a aposentada Maria da Luz Silva, 93 anos.

O aposentado Roberto de Souza, 71 anos, conta que o filho tem medo de passar pela praça à noite. "É perigoso. O matagal está quase 'engolindo' os bancos", frisa.

Roberto gostaria de uma academia ao ar livre na praça. "A única coisa que tem aqui é mato. Seria bom fazer exercício. Tem muitos idosos na vizinhança. Faria bem para a nossa saúde", avalia. 

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