Outro problema que ainda persiste no local, desde o dia da chuva, é o esgoto que escorre a céu aberto
Famílias da Comunidade Vida Nova, conhecida como Favela da Aids, no Jardim Marchesi, atingidas pelo temporal da última quinta-feira reclamam que a ajuda da Prefeitura de Ribeirão Preto não chegou na mesma rapidez que foi prometida. Um outro problema que ainda persiste no local, desde o dia da chuva, é o esgoto que escorre a céu aberto.
O ACidade ON visitou ontem barracos de seis famílias que aguardavam a chegada de cestas básicas e de colchões. Segundo os moradores, é o mínimo para conseguirem sobreviver pelos próximos dias. “É o que precisamos para nos reerguermos desse rastro de destruição. Eu perdi o pouco alimento que tinha. Estou sem nada”, afirmou a desempregada Juliana Batista de Araújo, mãe de uma menina de dois dias de vida.
Já a catadora de materiais recicláveis, Luana Procópio, afirma que está sem colchões para dormir. “Os meus colchões estão molhados e a ajuda da prefeitura não chega. Estão todos molhados”, relata. Luana conta que seu marido preciso correr na manhã deste sábado (14) para fazer um “bico” e conseguir dinheiro para comprar alimentos.
“Estamos passando por uma situação ainda mais difícil. Como choveu esses dias, não consegui sair para a rua coletar materiais recicláveis. Veio essa chuva e destruiu o pouco que eu tinha”.
Quem também diz aguardar ajuda da Prefeitura de Ribeirão é a desempregada Sueli Vieira dos Santos. Segundo ela, nenhum assistente social da administração municipal passou pelo seu barraco oferendo ajuda. “Eu também preciso de colchões e de cesta básica. Políticos passam por aqui e prometem ajuda, o que nunca chega”, diz.
O barraco de dona Sueli fica às margens do ribeirão Preto, um dos últimos da Favela da Aids. Mesmo reconhecendo os riscos de permanecer no local, Sueli se nega a ir para o Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante/Itinerante e Morador de Rua).
Prefeitura justifica
O secretário de Assistência Social, Carlos Cezar Barbosa, afirma que foram distribuídos 30 colchões e também 30 cestas básicas no mesmo dia do temporal. “Nós levamos ajuda para as famílias a partir do momento que fomos avisados dos problemas com as famílias. Recorremos, inclusive, ao Banco de Alimentos”, afirmou.
Carlos Cezar orienta as famílias irem ao Creas (Centro de Referência a Assistência Social), que fica ao lado do Horto Municipal, caso necessitam de mais ajuda.
Em relação ao problema do esgoto a céu aberto, o superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgoto), Afonso Duarte, informou ao ACidade ON que enviaria na tarde deste sábado (14) uma equipe ao local.