Se em 60 dias o Palácio Rio Branco não quitar dívida de R$ 1,8 mi, serviços do SUS serão suspensos em Ribeirão Preto
Após a Prefeitura de Ribeirão Preto pagar cerca de R$ 600 mil da dívida de R$ 2,4 milhões com o hospital, a Beneficência Portuguesa decidiu suspender a paralisação programada para esta sexta-feira (1º) dos atendimentos prestados via SUS (Sistema Único de Saúde).
A entidade, porém, deu prazo de dois meses para o Palácio Rio Branco regularizar a situação. Caso contrário, pode agendar nova data de paralisação.
“O atendimento, por enquanto, será mantido”, explicou Ricardo Marques, administrador do Hospital.
Representantes do Hospital relataram ao A Cidade que os cofres da entidade estão “no limite”. Para se manter, foram necessários empréstimos bancários de R$ 370 mil reais.
A situação também é crítica na Santa Casa, que tem a receber R$ 1,6 milhão da prefeitura de parcelas vencidas desde março.
Por meio da assessoria de imprensa, a entidade afirmou que não iria se manifestar. Um representante ouvido pelo A Cidade, porém, criticou o município. “A prefeitura só paga em dia a parcela que vem do Governo Federal. A que cabe ao município atrasa sempre”, afirmou.
Por mês, a prefeitura repassa, em média, R$ 2 milhões à Beneficência e R$ 3 milhões à Santa Casa. O Palácio Rio Branco assume que 20% do valor demora até quatro meses para ser pago.
‘Condições vantajosas’
Em nota, a Prefeitura ressaltou que já pagou R$ 15,6 milhões à Santa Casa e R$ 10,3 milhões à Beneficência este ano e que os contratos foram reajustados “em valores muito superiores aos da inflação”. Segundo o Palácio Rio Branco, os hospitais filantrópicos estão “nas prioridades” de pagamentos por serem “estratégicos” e “essenciais” e que as condições e prazos de pagamento da prefeitura são “extremamente vantajosas” para as entidades em relação ao que realizado pela saúde suplementar (privada).