Caso Nicole: Testemunhas são ouvidas pelo tribunal do júri

29/06/2016 12:12:00

Pablo Rocha é acusado de arrastar garota de programa por dois quilômetros na avenida Caramuru em 1998

F.L.Piton / A Cidade
Pablo (centro) está sendo julgado nesta quarta-feira, no Fórum de Ribeirão Preto; clique na imagem para abrir galeria (Foto: F.L.Piton / A Cidade)

 

O julgamento do empresário Pablo Russel Rocha, acusado de matar a garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva, conhecida como Nicole, em 11 de setembro de 1998, teve início às 10h20 desta quarta-feira (29).

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Presidido pelo juiz Giovani Augusto Serra Azul Guimarães, o tribunal do júri começou com os depoimentos das testemunhas de acusação.

O primeiro a depor foi Donizete Machado Lemos, fiador da "Chácara da Japonesa", no Recreio das Acácias, onde Nicole fazia programas.

Donizete disse que, por volta da 1h30 da madrugada, iria levar Nicole e outras garotas de programa para jantar em um restaurante na avenida Nove de Julho.

Ao sair da chácara com as mulheres, a testemunha contou que Nicole afirmou "os meninos vieram me buscar", desceu do carro e entrou na Mitsubishi Pajero prata de Pablo.

O próximo a ser ouvido foi o garçom Roberto Carlos Daleffi. Ele relatou que, na madrugada do crime, estava saindo do restaurante onde trabalhava, na avenida Maurílio Biagi, próximo ao SEB COC, quando viu uma caminhonete com as mesmas características do veículo de Pablo passar em alta velocidade pela avenida com algo grande pendurado.

Roberto, que estava com mais três colegas de trabalho em um Chevrolet Monza, disse que ele e os amigos chegaram a perseguir a caminhonete, mas não conseguiram alcançar o veículo nem identificar o que estava sendo arrastado.

Em seguida, falou o investigador de polícia Edson Luiz Rossi. Ele contou que, alguns dias após Nicole ser encontrada morta, recebeu uma denúncia anônima sobre o caso.

Rossi teria, então, feito diligências e encontrado um pedaço de veludo vinho e um pé de um sapato que seriam da garota de programa na avenida Maurílio Biagi, em frente onde hoje existe uma loja Havan.
O investigador afirmou, no entanto, que não acompanhou a perícia para saber se o fragmento de roupa e o calçado eram realmente de Nicole.

Márcia Aparecida Leme Carpis Vaz também foi arrolada como testemunha de defesa, mas, como mora em Jardinópolis (SP), prestou depoimento por meio de carta precatória.

Defesa

Depois de Rossi, foram chamadas as testemunhas de defesa. O jornalista Paulo Cardoso, que na época do crime era repórter do Programa do Ratinho, relatou que esteve em Ribeirão Preto para fazer uma reportagem sobre o caso.

Ele disse que o perito George Samuel Sanguinetti Fellows foi convidado pelo programa a fazer uma perícia e que o laudo de Sanguinetti atestava que Nicole havia morrido acidentalmente. O programa, entretanto, não foi ao ar.

A segunda e última testemunha de defesa a depor foi Jaime Dal Bem de Barros, amigo da família de Pablo. O comerciante afirmou que Pablo foi praticamente criado com seus filhos, que era "um menino bom" e que nunca havia se envolvido em brigas ou confusões.

Barros contou, ainda, que Pablo tem sofrido muito e que chora quando fala sobre o ocorrido. Durante o depoimento do amigo, o réu se emocionou.

Além de Paulo e Jaime, George Sanguinetti e Adriana Bim Marques também eram testemunhas de defesa, mas não estiveram no fórum nesta quarta. Sanguinetti, que reside em Maceió (AL), depôs por carta precatória e não se sabe o motivo da ausência de Adriana. 



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