Lilian Rosa é vice-presidente do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (Foto: Divulgação)

Dois acadêmicos vão compor a mesa de debates da terceira edição do Agenda Ribeirão. A historiadora Lilian Rosa estará ao lado do professor do curso de Gerente de Cidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Matheus Delbon, para debater com a economista Ana Carla Fonseca, os percursos de Ribeirão Preto para se transformar em uma cidade criativa.

Pilares

Para Lilian, esse projeto deve estar sobre três pilares: visão mais ampla de cultura (ligada à cidadania), um processo maior de integração entre os diversos atores sociais, com o estímulo ao diálogo e à criação de relações de proximidade e, por fim, uma noção de sustentabilidade, que seja ambiental, mas também econômica, cultural, política e social.

A cultura, para Lilian Rosa, é a chave para a construção de uma cidade criativa. No entanto, deve envolver três dimensões: simbólica - com a produção de bens culturais -, a dimensão cidadã (dos direitos do cidadão às várias culturas etc) e, finalmente, a dimensão econômica, que transforma a cultura em uma atividade geradora de renda e trabalho.

Segundo Lilian, é no segundo pilar (integração) que Ribeirão Preto tem mais dificuldades. “A cidade tem perdido rapidamente lugares de proximidade, como as praças. Nesse sentido, a cultura tem um papel importante, porque ao reunir as pessoas e as entidades gera proximidade e integração”, disse.

Definições

Para Matheus Delbon, o tema deste ano do Agenda Ribeirão é importante, porque traz consigo a possibilidade de se discutir, por exemplo, que tipo de Estado e de modelos de administração pública se quer.

“Esse é um bom ponto de partida, porque ao vermos o poder público como um direcionador de políticas e não um executor, a pauta de cidades criativas pode se tornar realmente interessante”, afirmou. 

Matheus Bernardo Delbon é professor do curso Gerente de Cidade da Faap de Ribeirão Preto (Foto: Divulgação)

Humaitá usou a criatividade para gerar empregos

Uma pequena cidade do Amazonas se tornou uma referência mundial de gestão municipal, ao usar a criatividade como uma ferramenta de auxílio à gestão. E, segundo o professor do curso de Gerente da Cidade da Faap, Matheus Delbon, é um fato do qual poucos têm conhecimento no País. “O prefeito de Humaitá foi considerado um dos melhores do mundo e, em três ocasiões, o Sebrae o apontou como o melhor prefeito do Brasil, pelo seu modo de encontrar soluções criativas para os problemas locais”, disse.

Uma das soluções mais inovadoras que o prefeito José Cidenei do Nascimento criou foram as microlicitações para serviços de varrição e coleta de lixo. “Em vez de licitar a cidade inteira, criando grandes contratos com grandes empresas, fez licitações para pequenas área, como quarteirões, das quais participaram antigos garis, transformados em microempresas individuais”, disse.

Segundo Delbon, isso desmontou uma custosa máquina de limpeza pública, então existente, e criou novos postos de trabalho.

Agenda Ribeirão

Cidades criativas e cidadania ativa

Data: 3 de Junho
Local: Auditório Faap - Avenida Independência, 3.670
Residencial Califórnia - Ribeirão Preto