Chegada do vírus Zika ao Sudeste é inevitável, diz infectologista

28/11/2015 15:54:00

Dois casos de microcefalia foram anunciados em SP, em gestantes que vieram do Nordeste

A chegada do vírus zika ao Sudeste é inevitável, segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto-Socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Na quinta-feira (26) foram anunciados dois casos de microcefalia na capital, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba, no Nordeste do país.

“Há riscos, devido às chuvas, ao calor e à presença do Aedes aegypti [mosquito transmissor do vírus]”, disse. De acordo com o infectologista, como há Zika circulando pelo Nordeste, é inevitável que o vírus chegue à região Sudeste. “No final deste ano, é para vir dengue [também transmitida pelo Aedes] com muita força”, acrescentou.

Ralcyon explica que as duas mulheres com casos confirmados em São Paulo já passaram da fase de transmissão do vírus, que dura aproximadamente 11 dias. “Para essas mulheres não há mais riscos, pois elas não têm circulação do vírus no sangue. Assim, não passam para outras pessoas, mesmo com o mosquito as picando”, disse.

Gestantes
As mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o Aedes aegypiti. Ralcyon disse que pouco se sabe sobre como a infecção chega ao feto durante a gestação. Ele lembra que a formação dos órgãos do bebê ocorre até o segundo trimestre da gravidez. “É o período mais importante. Provavelmente, as infecções mais precoces, no início da gestação, são as que mais comprometem”, disse.

Cérebro não se desenvolve adequadamente

A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Essa condição pode ter diversas causas, como agentes químicos e infecções (caso do Zika). Crianças com microcefalia desenvolvem, em 90% dos casos, algum nível de retardo mental.

Sintomas do Zika vírus

Por isso, as gestantes devem ficar atentas aos sintomas do Zika: vermelhidão na pele, dor no corpo, febre, coceira e olhos vermelhos. Além disso, a população precisa ajudar na eliminação do mosquito vetor.

“Nunca se tornou tão importante a ideia da prevenção ao mosquito. Não deixar água parada, verificar os focos em casa, usar telas e repelentes de ambiente ou tópicos. A maioria dos focos do Aedes está dentro de casa”, disse o médico infectologista Ralcyon Teixeira, do hospital Emílio Ribas, na capital paulista.

Arte / A Cidade 



    Mais Conteúdo