Por moradia, manifestantes fecham rua e ocupam o Palácio Rio Branco

05/10/2015 15:28:00

Mobilização no Dia Mundial dos Sem-Teto reuniu aproximadamente 70 pessoas em Ribeirão Preto

F.L. Piton / A Cidade
Sem-teto ocuparam a entrada do Palácio Rio Branco na tarde desta segunda-feira; clique para abrir galeria (Foto: F.L. Piton / A Cidade)

O Dia Mundial dos Sem-Teto foi marcado por uma manifestação nesta segunda-feira (5), em Ribeirão Preto, com um grupo de aproximadamente 70 pessoas do grupo União do Movimento de Moradia de São Paulo (UMMSP), afiliado ao grupo União Nacional dos Movimentos Populares (UNMP).

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O grupo ocupou a entrada do Palácio Rio Branco e permaneceu no local durante dez minutos. Os manifestantes também bloquearam a rua Alvares Cabral, na região central da cidade, em frente à sede regional da Caixa Econômica Federal. A via já foi liberada.

O coordenador, Eli Carlos Mariano da Silva, de 37 anos, disse que atua no movimento para exigir o direito de moradia há mais de 20 anos.

“Nós queremos moradia digna. A gente não consegue casa. E quando consegue, jogam a gente nas divisas das cidades, como se pobre não tivesse o direito de morar no Centro”, afirma.

Marcelo Fontes / A Cidade
Manifestantes fecharam a rua Alvares Cabral, em frente à sede regional da Caixa; clique para abrir galeria (Foto: Marcelo Fontes / A Cidade)

O ato também foi contra a Caixa Econômica Federal, pelo lançamento da terceira etapa do programa federal Minha Casa Minha Vida, e também contra cortes em políticas públicas de habitação.

“A Caixa é um agente financiador, e o movimento funciona por razão e emoção. Para realizar nossos projetos, precisamos de apoio. Temos terreno, temos dinheiro e não conseguimos nossas moradias porque são barradas”, afirma Silva.

Segundo ele, o movimento ocorre em todo o país para demonstrar a união dos movimentos.

“Essa é apenas uma das manifestações que está acontecendo. O grupo está em 23 estados e estamos também na agenda de moradia”.

A PM GCM (Guarda Civil Municipal) acompanhou o protesto na prefeitura, que ocorreu de forma pacífica.

Família sem casa

Rosimeire Matos Melo, 37, participou da mobilização com quatro dos sete filhos. Ela conta que mora na região da favela do Aeroporto e já há um pedido de reintegração de posse para o local. Se sair da casa, ela diz que não tem para onde ir.

F.L. Piton / A Cidade
Manifestantes levaram faixas e cartazes para a prefeitura; clique para assistir ao vídeo (Imagens: F.L. Piton / A Cidade)

“Eu espero por moradia desde que me conheço por gente. Já tenho inscrição na Cohab, mas nunca saiu nada. Se tivermos que sair, por conta da reintegração, não tenho onde morar. Por isso vim oferecer meu apoio ao movimento”, conta.

Outro lado

Sobre a declaração de Rosimeire Matos Melo, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão informou que, se o cadastro dela está atualizado, ela concorreu a todos os sorteios realizados pela atual administração. Porém, segundo a prefeitura, "a demanda é muito maior que a oferta, mesmo diante de variados programas de atendimento, como o Minha Casa Minha Vida, parceria com a CDHU e outros."

Já a Caixa Econômica Federal informou que recebeu os representantes do movimento, prestou todos os esclarecimentos solicitados e irá encaminhar as reivindicações ao ministério gestor do Minha Casa Minha Vida. (Colaboração: Rafaela Alves)



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