Parceria deixa violência longe da City

03/08/2015 10:12:00

União de moradores, aliada a sistema de vigilância e ações da Polícia Militar mudam cara do bairro

Weber Sian / A Cidade
Câmeras de vigilância para ajudar polícia no combate aos criminosos (foto: Weber Sian / A Cidade)

Enquanto parte da cidade busca proteção atrás de muros e guaritas, um bairro de Ribeirão Preto mostrou que é possível reduzir a violência, por meio de uma parceria que reúne tecnologia de vigilância, moradores e Polícia Militar. Nenhuma rua do bairro tem algum tipo de recurso que restrinja a entrada de estranhos.

O resultado é que, segundo a Polícia Militar, o último caso de roubo no local aconteceu há mais de um ano, quando um assalto a residência terminou com os proprietários da casa sendo feito reféns pelos bandidos.

“Um dia antes desse assalto, já havíamos tido outro roubo, também com a família sendo mantida como refém”, disse o presidente da Associação de Moradores da City, Luis Fernando Berni. “Aquilo, para nós, foi a gota d’ água”, concluiu.

Rede de vizinhos
Entre as medidas adotadas imediatamente foi a criação de grupos no aplicativo de mensagens instantâneas para celular, Whatsapp, que fez com que se criasse uma rede de moradores, que constantemente partilham informações a respeito de atitudes suspeitas no bairro.

Além disso, parte das ruas é monitorada por três tipos de câmeras de vigilância, que estão ligadas a uma central que funciona no sistema 24/7 (24 horas por dia, sete dias por semana). No chão, o controle é por cinco vigilantes que patrulham as ruas de motocicletas. Toda a parafernália eletrônica é controlada por uma empresa de segurança, contratada para administrar o bairro nessa área.

Além da rede de moradores via Whatsapp (que acabou recebendo o nome de “Vizinhança Solidária”) e da vigilância eletrônica, o terceiro pé do projeto de segurança da City Ribeirão é a Polícia Militar. “Nós temos contado com o apoio constante da comunidade”, disse o comandante da 2ª Companhia do 55º BPMI, capitão Rafael Jerônimo de Melo.

O capitão ainda afirma que a participação de moradores em conselhos de segurança, por exemplo, e o contato permanente com a polícia pelos números 181 e 190, têm feito com que o número de ocorrências caísse na região da City Ribeirão. “Em muitas ocasiões, crimes deixaram de ser cometidos porque tivemos a ajuda da comunidade”, disse.

Segundo Luis Berni, as duas últimas reuniões do Conseg Zona Sul, realizadas na City Ribeirão, reuniram mais de cem pessoas. 

Família foi feita refém

No dia 11 de julho de 2014, o advogado Marcelo Zacarini e a família foram feitos reféns na própria residência, na City Ribeirão, após um assalto frustrado à casa. Durante o período em que esteve preso, juntamente com a mulher, foi agredido com diversas coronhadas e chutes pelos assaltantes.

O assalto à casa de Zacarini terminou após os bandidos se entregarem à polícia, depois de duas horas de negociações.

Um dia antes, também na City Ribeirão, um analista de sistema foi abordado por dois homens e, assim como Zacarini, foi feito refém na sua casa, juntamente com a mulher e os filhos de 7, 12 e 14 anos. Os assaltantes fugiram levando o carro e outros bens da família.



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