Corpo de Bombeiros foi acionado por volta da 1h e permaneceu no local até as 7h desta quinta-feira (30)
*Notícia atualizada em 31/07, às 10h15
O incêndio que destruiu toda a fábrica de jeans Anabru, nos Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto, na madrugada desta quinta-feira (30), causou um prejuízo de mais de R$ 1 milhão – só em maquinário – e deixou cerca de cem funcionários desesperados com a possibilidade de ficarem desempregados.
A Polícia Civil investiga a origem do fogo, que começou por volta de 1h30 e se estendeu até as 4h15. A costureira Marli Alves Pereira, 49 anos, que mora em uma casa próxima à fábrica, diz que os estalos provocados pelas chamas eram muito fortes. “Pensamos que fosse ladrão, porque fazia barulho no telhado”, relata.
Marli afirma que o incêndio se alastrou rapidamente, destruindo toda a área da fábrica. Além de quatro máquinas grandes de bordado - avaliadas em cerca de R$ 200 mil cada uma – as chamas consumiram 40 máquinas de costura e 300 mil peças prontas.
Segundo os vizinhos, em aproximadamente 20 minutos, o fogo tomou conta de todo o prédio. “Ligamos para os bombeiros, mas eles demoraram uns 40 minutos para chegar”, critica a costureira.
Desolados
Os funcionários foram avisados do incêndio ainda de madrugada, mas alguns deles foram trabalhar normalmente às 7h. Ao chegarem à fábrica, os funcionários se espantaram ao ver o amontoado de cinzas.
“A ficha não caiu ainda. Estamos sem chão”, lastima a costureira Ana Lúcia Emídio, 44 anos. Ela, que trabalha na empresa há 14 anos, sustenta os dois filhos sozinha com o salário que recebe por seu trabalho na fábrica. “São cem pessoas desempregadas agora. Não sabemos o que fazer.”
A chefe de acabamento Marlene Barbosa do Amaral, 36 anos, afirma que os funcionários vão se unir para tentar ajudar a reerguer a empresa. “Somos muito unidos. Vamos dar um jeito.”
Prejuízo total deve superar R$ 2 milhões
Os proprietários ainda não levaram o total do prejuízo, que deverá superar a casa dos R$ 2 milhões somando todos os equipamentos, a mercadoria pronta para ser entregue e o prédio condenado pelo fogo. O imóvel tinha seguro, mas o maquinário não.
De acordo com a gerente da empresa, Solange de Andrade Gonzalez, 58 anos, em torno de 40 máquinas de costura, além de quatro máquinas de bordado, quatro máquinas de lavanderia, secadoras industriais e 300 mil peças de roupa que estavam no estoque foram queimadas.
“Não sobrou nada. Acreditamos que o fogo tenha começado na oficina de costura e se alastrado para o restante da fábrica.”
Com os olhos marejados, a revisora Eleusa Cabral, 52 anos, diz que teme ficar desempregada. “Muita gente depende desse emprego. A gente era uma família. É muito triste.”
Operação dos bombeiros dura 5 horas
A ação de combate ao fogo dos bombeiros durou cerca de cinco horas. Eles iniciaram o combate às chamas por volta das 2h e permaneceram na fábrica até as 7h até terem a certeza da extinção de todos os focos para impedir que as chamas recomeçassem.
Foram necessários 20 homens e mais de 90 mil litros de água para apagar o fogo. O Corpo de Bombeiros informou que a estrutura do prédio foi condenada e, por isso, o edifício terá que ser demolido.
Apenas o escritório, voltado para a rua Luiz Barreto, não foi totalmente danificado. Ainda não se sabe a causa do incêndio.
A fábrica possui 4 mil metros quadrados de área e estava no mesmo endereço há 25 anos. “Começamos na rua Caravelas em 1986 e chegamos aqui em 1989. Dá dó ver tudo destruído”, observa o irmão da proprietária, Eduardo Andrade, 49 anos.
“A gente não imaginava que fosse desse tamanho”, afirmou a costureira Ana Lúcia, assustada com a fábrica totalmente destruída.