Como protesto, funcionários do Daerp fazem paralisação

28/07/2015 18:10:00

Servidores temem pela possibilidade do fim das horas extras e da terceirização dos plantões aos finais de semana

Weber Sian / A Cidade
Paralisação foi apenas na unidade da Rua Pernambuco(Foto: Weber Sian/A Cidade)

Um grupo de funcionários do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) da unidade da Rua Pernambuco fez uma paralisação de quase duas horas nesta terça-feira (28). O protesto é contra a possibilidade de cortes de horas extras e de terceirização dos plantões de fim de semana.

O vice-coordenador sindical da seccional do Daerp, Marcelo Ribeiro de Lima, afirmou que o objetivo foi chamar a atenção da autarquia para um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) assinado em janeiro, no Ministério Público, que diz que as horas extras devem ser limitadas a situações excepcionais.

Segundo Lima, o grupo já se reuniu com o diretor do departamento, Marco Antônio dos Santos, para chegarem a um acordo. Os trabalhadores têm receio de que com o corte de plantões, o serviço seja terceirizado.

O vice-coordenador da seccional afirma temer pelo andamento dos serviços caso reduzam as horas extras aos finais de semanas e feriados. "Os servidores do Daerp, que são em números reduzidos para o tamanho da cidade, não vão dar conta e a gente vai precisar de mais uma terceirização", declarou.

Em nota, o Daerp comunicou que a paralisação foi isolada e que alguns serviços podem ser prejudicados nesta terça.

Só para emergência

A especialista em administração pública Cláudia Passador explicou que a hora extra é uma ferramenta importante para garantir a execução dos serviços, mas isso não deve virar rotina. Segundo ela, desde a década de 1990 o setor público vem tentando se modernizar e incorporar tendências usadas no setor privado, como evitar as horas extras.

"O que geralmente acontece, em várias instituições, é que funcionários incorporaram horas extras como se fossem salário. Várias instituições vem praticando essa ideia de trabalhar com os quadros [de funcionários], mas ao mesmo tempo sem ter que usar demasiadamente as horas extras", disse. "Quando se paga horas extras, quando se pensa em plantão, é justamente em momento emergencial."

Ouça o boletim de Réger Sena.



    Mais Conteúdo