Saúde apura morte por dengue ou chikungunya em Ribeirão Preto

05/03/2015 09:57:00

Paciente, que não teve identidade revelada, morreu em fevereiro segundo a Vigilância Epidemiológica

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto apura um caso de morte suspeita por dengue ou chikungunya. O paciente – que não teve identidade revelada – morreu no mês passado.

A informação foi confirmada ontem à tarde pela diretora da Vigilância Epidemiológica, Maria Luiza Santa Maria. “Temos uma morte suspeito por caso de dengue ou chikungunya em investigação”, afirma.
No último boletim epidemiológico da saúde, referente ao mês de janeiro, Ribeirão já tinha registrado 49 casos da doença. O número é sete vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2014. No ano passado, no entanto, a cidade não teve nenhum óbito por dengue. Já em 2013 foram 6 mortes pela doença.

O infectologista e virologista da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, afirma que a preocupação com a dengue neste ano é maior porque os casos têm sido mais graves. “Tenho observado que estão surgindo vários casos de dengue com complicações, provavelmente porque as pessoas já tiveram a doença e estão pegando de novo. Agora com outros tipos de vírus”, diz o professor.

Maria Luiza afirma que neste ano só foi isolado o tipo 1 da dengue em Ribeirão. Isso, segundo a diretora, justificaria o fato de a cidade não ter registrado ainda uma explosão da doença, já que cada pessoa só contrai o mesmo tipo de vírus apenas uma vez. A dengue tem quatro tipos: 1, 2, 3 e 4. “Esse é o vírus prevalecente desde 2013. Com isso, diminuiu o número de pessoas suscetíveis à doença”, diz. A diretora afirma que a preocupação é com a reentrada dos tipos 2 e 3 circularam na cidade há alguns anos e pode voltar a infectar as pessoas.

Chikungunya
O grande alerta das autoridades é com a chegada do vírus chikungunya em Ribeirão, que é altamente incapacitante. Um caso já foi confirmado na cidade e outros dois aguardam laudos do Instituto Adolfo Lutz.

“A pessoa pode ter dor nas articulações até dois anos depois. Precisamos que os comerciantes, donos de shoppings e bancos olhem seus prédios porque se tiver um caso, várias pessoas podem ficar doentes”, diz. O virologista da USP alerta para o risco de epidemia da doença no próximo verão.

Arte / A Cidade
Entenda o que é a Chikungunya (Arte / A Cidade)

 

Brasil terá vacina contra dengue no ano que vem 

O virologista e infectologista da USP de Ribeirão Preto, Luiz Tadeu Figueiredo, explica que no próximo ano o Brasil devera receber uma vacina contra a dengue. “O Pteur Merrie já entrou com processo de pedido de autorização para a Anvisa para que o Brasil aceite comercializar, ou implantar a vacina contra a dengue aqui”, explica.

Ele afirma, no entanto, que a vacina que terá proteção contra os 4 tipos de vírus ainda não é 100% garantida. 

Arte / A Cidade
Entenda o que é a dengue (Arte / A Cidade)

População diz estar de olho

 Na luta contra o Aedes aegypti, o ribeirão-pretano diz fazer sua parte para não fazer ou voltar a fazer parte das estatísticas da dengue.

A dona de casa Agnoilda Lima de Souza Gomes, 63 anos, por exemplo, diz que, apesar de ter muitas plantas em casa, toma cuidado para que elas não virem focos de criadouros da doença.

“Meus vasos são direto na terra, já recebi muitos agentes de vetores que explicaram como deve ser para não ficar água parada e estou sempre de olho”, afirma.

O autônomo Ubirajara Cardoso, 35 anos já sofreu das dores da dengue e, agora, cuida melhor do quintal de casa. “Meus vasilhames ficam todos cobertos, moro em uma chácara e preciso ter muito cuidado”, afirma.

A cuidadora de idosos Maria Lúcia de Paulo Leite, 48 anos, diz que a mãe já teve a doença e, por isso, ela teme contrair a doença. “Ela ficou de cama e passou muito mal. Já me acostumei a ficar de olho o quintal para ver se não tem nenhuma larva. Olho todos  os vasos de plantas”, diz.



    Mais Conteúdo