A moda dos petbooks chega a Ribeirão Preto

02/03/2015 14:40:00

Já existem estúdios e profissionais especializados em produzir imagens de seus bichinhos

Matheus Urenha / A Cidade
A fotógrafa Ivete Freitas registra ensaio de uma de suas ‘clientes’, que vão de cães, gatos a coelhos de estimação (foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Ter um álbum com fotos produzidas de seu animalzinho, em um estúdio montado especialmente para ele, ou guardar imagens de momentos de carinho e interação com ele são propostas do petbook – isso mesmo, um álbum de fotos produzidas do seu PET, um serviço cada vez mais procurado.

“Hoje em dia é muito comum o bicho de estimação ter o mesmo valor de um filho. Muitos casais, antes mesmo de ser pais, têm um cachorro e dão a ele um tratamento humanizado. O zelo é cada vez maior e diferenciado, incluindo recordações como um álbum de fotografias”, diz o fotógrafo Fábio Melo, que fez curso de fotografia de PET em outubro.

Segundo ele, os donos dos animais dão valor ao petbook como se fosse um álbum de fotos do próprio filho. “Eles ficam admirados com o animal produzido”, diz.

Melo registra o PET em seu habitat, revelando seus brinquedos e sua relação com o dono. “Uso apenas pequenos acessórios, como gravatinhas, bandanas e lacinhos, para não descaracterizar o animal. O importante é mostrar o jeito e a rotina verdadeira dele, retratar a beleza de se ter um animal em casa”, explica.

“Os donos consideram seu bichinho um membro da família e querem ter uma recordação impressa interessante”, opina a fotógrafa Ivete Freitas, do Espaço Ivete Freitas Pet Service.

Ivete criou um estúdio fotográfico especialmente para os PETs. Para ela, as expressões dos bichinhos e dos donos compensam o envolvimento. “O olharzinho feliz do PET quando o seu papai ou mamãe recebe a fotografia e revela um misto de surpresa e alegria... Eles beijam, abraçam o bichinho... Isso não tem preço”, conclui a profissional.

F.L.Piton / A Cidade
O fotógrafo Fábio Melo clica uma proprietária com seu PET (foto: F.L. Piton / A Cidade)

Técnica
E claro que fazer o animalzinho posar não é tarefa simples. É preciso se entrosar com o PET, ter jogo de cintura e adotar técnicas de adestramento. “É como fotografar uma criança. Antes do clique, o fotógrafo precisar usar técnicas de adestramento, quebrar o gelo para que ele interaja com os elementos, mas sem perder a firmeza para que ele cumpra seus comandos”, detalha Melo.

Técnica, olhar apurado e equipamento rápido são fundamentais para fazer um petbook. “Sem dúvida, o mais prazeroso nesse trabalho é ver a felicidade do dono ao ver as fotos”, revela Melo. Segundo Ivete, a produção, que começa no banho e na tosa, acontece como com as modelos e envolve 11 profissionais. “Procuramos o que combina com o animalzinho, o que o agrada”, explica.

Sem raça, mas como muito estilo

Não só os cães de raça ganham fotos produzidas. Alguns fotógrafos doam parte do seu tempo para registrar belas imagens de animais que buscam um lar, com o objetivo de incentivar a adoção. 

Melo faz esse tipo de trabalho voluntário. Fotografa, uma vez por semana, dois animais de uma ONG ou protetor em Ribeirão Preto. As fotos vão para a fanpage do projeto “Amizade Não se Compra”, ao qual ele acaba de aderir. 

Fundado em Porto Alegre, em 2010, pelas irmãs Ana Carolina e Manoela Trava Dutra, o projeto já arranjou lares para mais de 70% dos mais de 200 animais fotografados em quatro anos. 

“É um trabalho voluntário que leva um cão ou gato a conseguir um lar. O intuito é extrair a beleza natural de um animal sem raça e de jeito moleque, através da uma fotografia bem produzida”, comenta Melo. Segundo ele, dessa forma a pessoa que pretende adotar vê o animal com outros olhos. “Reduz o preconceito em relação ao animal que foi recolhido na rua. Isolamos a carga negativa que há sobre ele e o colocamos no mesmo patamar de um cachorro de raça”, opina.



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