Promotores pedem intervenção na direção do Cacav

20/10/2014 23:36:00

Em setembro, os três Conselhos Tutelares enviaram ao Ministério Público denúncias de agressões físicas e psicológicas

Weber Sian / A Cidade - 25.set.2014
Conselhos fizeram representação por agressões no Cacav (Foto: Weber Sian / A Cidade - 25.set.2014)

O Ministério Público ingressou na sexta-feira (17) com ação civil publica requerendo o afastamento da coordenadora do Cacav (Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vitimizado), Elisabete Veronezi, e a nomeação de interventores para comandar a entidade, que é vinculada à prefeitura de Ribeirão Preto.

A ação, movida pelos promotores Ramon Lopes Neto e Luis Henrique Paccagnela, pede que o juiz da Vara da Infância e Juventude, Paulo Gentile, nomeie um Assistente Social Judiciário e um Psicólogo Judiciária para coordenar as atividades do Cacav. O juiz deve tomar ciência da ação nesta terça-feira (21).

O Ministério Público abriu em setembro inquérito para investigar denúncias de maus-tratos ocorridas no Cacav após representação assinada por membros dos três Conselhos Tutelares do município.

Conforme o A Cidade revelou na ocasião, o Conselho Tutelar colheu relatos de ex-internos que diziam ser despertados pela manhã com baldes de água fria, amarrados com uso de força física para serem medicados com calmantes sem receita médica e vítimas de diversas agressões físicas e psicológicas.

Na representação encaminhada ao MP, os Conselhos Tutelares dizem que, segundo os ex-internos, Elizabete seria, inclusive, autora das agressões. A prefeitura negou com veemência as denúncias na época.

A ação do MP diz que as agressões teriam sido praticadas contra ao menos cinco adolescentes, e foram corroboradas por três terapeutas ocupacionais e dois familiares das crianças.

Os promotores querem ouvir as supostas vítimas para comprovar as denúncias. O afastamento da coordenadora e a intervenção, segundo o MP, visa “impedir que novos atos de agressão venham a ocorrer e evitar eventuais interferências na prova a ser produzida”.

Prefeitura diz estar ‘impedida’ de comentar

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o Palácio Rio Branco informou que “diante da decretação de sigilo referente às denúncias anteriores, a prefeitura encontra-se impedida de se manifestar sobre o caso”. Em setembro, a prefeitura defendeu a qualidade dos serviços do Cavav e disse estranhar as denúncias, pois as crianças recebiam acompanhamento externo de psicólogos e do próprio Ministério Público.

O A Cidade procurou Elisabete Veronesi no Cacav, mas ela estava em uma reunião e não retornou a ligação.



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