Araraquara tem 600 pacientes que viajam para fazer tratamento

20/07/2014 03:00:00

Na peregrinação em busca de saúde, há gente que sai de manhã e só volta para casa à noite

Marcos Leandro/Tribuna Impress
A aposentada Maria Tereza Tushi mora em Boa Esperança do Sul; seu tratamento para o câncer de pele é feito na Santa Casa de Araraquara

 Araraquara tem 600 pacientes que necessitam de atendimento médico realizado fora do município, sendo que o número mensal de viagens varia de acordo com a demanda. O acidente envolvendo 14 pessoas, que estavam vindo de Taquaritinga para cá para fazer hemodiálise, chama a atenção para a segurança nesse transporte.

Além das sete vítimas fatais, outras sete tiveram ferimentos leves.
Veículos velhos e precários, motoristas que correm e ter de esperar horas, depois do tratamento concluído, para que o transporte faça toda a rota para buscá-los, é a árdua rotina dos peregrinos da saúde.

A maioria dos pacientes de Araraquara que precisa viajar passa por procedimentos de neurocirurgia, oncologia, nefrologia, reumatologia, neurologia e dermatologia. Os principais destinos que recebem esses pacientes são São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas, Barretos, Botucatu, Jaú e São José do Rio Preto.

Tratamento em Barretos
A manicure Maica Jobala Rodrigues, de 38 anos, precisou muito do transporte no ano passado. Sua filha, Luana Cristina Rodrigues, 17, tem câncer no joelho e fez tratamento em Barretos.

“No começo, eu ia de carro, mas fica muito caro. Só de combustível e pedágio, eu gastava R$ 170. Além disso, a pista é superperigosa, eu e meu marido já batemos lá”, conta.

Luana fez duas cirurgias e precisou fazer longos tratamentos de fisioterapia. “Agora, eu vou só de quatro em quatro meses para ela fazer exames. Mas quando a gente ia direto, a ambulância saia às 4h e tínhamos de ir até o terminal. Eu não tinha carro, e minha filha não podia andar, era horrível. Protocolei um pedido e consegui que eles nos buscassem em casa”, recorda.

Em alguns dias, mãe e filha saíam de Araraquara às 4h e voltavam às 22h, por conta dos tratamentos de todos os pacientes que têm horários diferentes. “Era muito apertado, e os motoristas corriam muito, eles até ligaram a sirene para poderem ir mais rápido. Agora, as ambulâncias estão maiores e é bem mais confortável”, diz.

De lá para cá
A aposentada Maria Tereza Tushi, 47, têm câncer de pele e já passou por cinco cirurgias. Ela mora em Boa Esperança do Sul e agora vem para Araraquara, na ala de oncologia da Santa Casa, sempre que precisa ser consultada. “Antes, eu vinha três vezes por semana, agora venho só quando tenho horário marcado”, diz.

Maria Tereza vem para Araraquara com o micro-ônibus da sua cidade. “Ele sai de lá às 6h e depois vem na Santa Casa para me buscar às 10h20. O motorista é muito bom, me sinto segura, nunca tive problemas”, relata.

O motorista Estevam Diman, 70, trabalha levando pacientes de Nova Europa para outras cidades há 17 anos.

“A gente viaja todo dia, mas o destino depende dos pacientes. Além de Araraquara, nós vamos para Ribeirão Preto, Barretos e São Carlos. Saímos de lá sempre às 7h e voltamos quando os pacientes são liberados”, explica. Segundo ele, são quatro veículos na cidade: carro, ambulância, microambulância e ônibus.

Araraquara tem dez veículos para o transporte de pacientes para outras cidades.

A reportagem completa você confere na Tribuna Impressa deste domingo (20). 



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