Após extração de 51 árvores, colégio da zona Sul recebe críticas de moradores

20/07/2018 17:40:00

Escola pontuou que a decisão foi tomada para evitar acidentes com pedestres e desnivelamento de calçadas

 

O colégio Santa Úrsula decidiu cortar mais de 50 árvores, entre quarta (18) e sexta-feira (20), ao redor do prédio, localizado na zona Sul de Ribeirão Preto. As mudas exóticas haviam sido plantadas há 20 anos, por isso a extração chamou a atenção e até revoltou alguns moradores do entorno.  

Cintia Nabeiro trabalha em frente ao local e disse que a decisão afetou toda a região. "Já tivemos problemas com o trânsito [na rua Chile] porque os professores não podem mais usar o estacionamento da escola. Eles ocupam todas as vagas livres. Sem contar as árvores agora", afirma.  

Já a aposentada Cibele Carneiro, 65, lamentou a extração. "O que temos de mais bonito por aqui é a paisagem verde. Não podem nos tirar isso".  

Pela manhã, ACidade ON visitou o bairro e flagrou dois trabalhadores de uma empresa terceirizada realizando as últimas podas e iniciando o recolhimento das dezenas de troncos espalhados pelo chão. Galhos e folhas secas também.  

A sujeira chegou a invadir parte da rua até na alameda João Paulo II. Os buracos e restos de cimento, que precisaram ser abertos durante a retirada das raízes, foram deixados próximos a uma passagem intensa de pessoas. Uma faixa sinalizava o ambiente.    

Coordenador do colégio mostra laudos elaborados antes da decisão (Foto: Weber Sian/ A Cidade)

Outro lado  

José Luís da Cruz, coordenador administrativo do colégio, explicou que a ação foi oficializada depois de diversos estudos, há dois meses. O principal objetivo é acabar com os acidentes de pedestres, já que os Ipês da mata não correspondem à vegetação da área e estavam rompendo as calçadas.  

"Pensamos na segurança. Essas árvores se tornaram inadequadas porque não foram bem referenciadas quando plantadas e acabaram crescendo demais. As raízes já causaram desnivelamento e acidentes", disse.  

Ele ressaltou, ainda, que após uma tempestade, registrada em janeiro deste ano, cinco caminhões precisaram ser contratados pela instituição para recolher os galhos, que ficaram pendurados até nos fios. "Depois disso, tomamos a decisão. Contratamos uma empresa especializada, que fez um laudo para cada uma delas. A medida também foi discutida com o município, dentro da Lei", finaliza Cruz.  

A compensação ambiental deve ser feita em menor quantidade no terreno, com sementes adequadas, além de 1.799 mudas no Horto Florestal. A informação foi passada pelo setor de comunicação do Santa Úrsula. A quantidade teria sido acordada anteriormente com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a partir da abertura de um processo administrativo.  

Prefeitura de Ribeirão Preto  

Por meio de nota, a pasta confirmou a autorização e também o impacto que essas extrações devem causar ao bairro. "Sempre há, mas foi liberado devido a grande circulação de pedestres no local e os danos causados na calçada pelas raízes", escreveu, via assessoria de imprensa. As doações de mudas ainda não foram realizadas.  





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