Um dia após a morte de um adolescente, eletrocutado em uma rede de alta tensão ao tentar pegar uma pipa (veja mais abaixo), esse tipo de diversão ligou o sinal de alerta de pais.  

Em período de férias, crianças e adolescentes optam pela diversão barata, mas que tem se revelado mais perigosa do que imagina. Assim, o que antes não passava de uma brincadeira inocente, hoje se tornou em transtorno para motociclistas e um risco para os seus usuários.  

O motorista Rafael Paes dos Santos, 35, relatou que procura sempre orientar seu filho da melhor maneira, mas que devido ao comércio do cerol ser muito fácil de ser encontrado, fica difícil controlar o acesso do adolescente de 13 anos ao uso da linha proibida.  

"Ontem mesmo meu filho viu a reportagem e ficou preocupado. Ele também solta pipas no Parque dos Pinus, ligou de imediato para a casa do avô perguntando se era algum amigo. Eu sempre falo para ele soltar pipas em praças ou aqui na porta de casa, sei do perigo. Infelizmente ele acaba fazendo o uso da linha com cerol ou da chamada chilena. Eu sempre estou verificando e coibindo isto, mas aqui no bairro o comércio é livre, é muito fácil dele comprar". 

O mototaxista Adriano Ferreira de 35 anos, informou soltar pipas é a diversão preferida de seu filho de 5 anos. Ciente dos riscos, Adriano também procura manter seu filho afastado das redes elétricas. 

"Meu filho ama soltar pipas e eu tento fazer aquilo que ele gosta. Sempre venho aos finais de semana aqui na praça que é mais tranquilo, evita o risco de acidentes com carros e com a rede elétrica. Acabamos de chegar e estou vendo que ele trouxe uma linha com cerol, acho que o padrasto dele colocou este pedaço de linha, vou retirar. Ando de moto, instalei uma antena e sei do perigo".
 

Relembre o caso
Morreu na última sexta-feira (13) o adolescente de 14 anos que foi atingido por uma descarga elétrica, após tentar retirar uma pipa de uma subestação da CPFL Paulista, no Parque dos Pinus, zona Norte de Ribeirão Preto.  

O menino estava internado desde o último dia 20 de maio quando ocorreu o acidente. O jovem teria sofrido um choque de 138 mil volts e diversas queimaduras pelo corpo, acabou não resistindo e veio a óbito no Hospital das Clinicas Unidade de Emergência.

(Neto Túbero com supervisão de José Manuel Lourenço)