Mapeamento identifica animais e busca conservação de espécies em Araraquara

12/07/2018 10:42:00

Tamanduá Bandeira, animal ameaçado de extinção, foi encontrado em mata da cidade

Ave rendeira é um das espécies que aparece no mapeamento realizado (Fotos: Felipe Lazzarotto/EPTV)
 
Uma equipe de biólogos e especialistas em meio ambiente de Araraquara faz um mapeamento para identificar animais que vivem na cidade. O objetivo é fazer um inventário da fauna para conhecer a biodiversidade e conservar as espécies.  

A mata do Chibarro, que fica menos de 10 quilômetros dos primeiros bairros de Araraquara, é um dos pontos escolhidos para a pesquisa dos biólogos da unidade de gestão de fauna da prefeitura. "Aqui a gente está fazendo o trabalho de monitoramento das espécies e ele é muito importante para se conhecer a fauna deste local", disse a bióloga Paula Fernanda Fernandes.  

A equipe já conseguiu registrar 384 espécies, incluindo as vistas na área urbana. São 274 aves, 59 mamíferos e 51 répteis e anfíbios. Desse total, 31 espécies são ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo.   

Mata do Chibarro está sendo mapeada por especialistas
Com calma e paciência eles conseguiram ver, ouvir ou fotografar as espécies, entre elas a ave balança rabo de máscara e o chupa-dente, que vive emaranhado na mata.  

"Esse [chupa dente] come insetos específicos e só vai ter em ambientes mais preservados, então quando eu encontro essa espécie eu consigo falar que a área tem qualidade ambiental", afirmou o biólogo coordenador da unidade gestão de fauna, João Henrique Barbosa.  

Raridades encontradas
A equipe está atrás de um passarinho conhecido como rendeira, considerado raríssimo nessa região. "A gente está trabalhando essa espécie como uma bandeira para a gente. Está mostrando que essa área é prioritária para conservação", afirmou o fiscal ambiental Rodrigo Batigalhia.  

Uma das técnicas para aumentar a chance do encontro é soltar o som do animal através de gravador. Depois de um tempo um macho e uma fêmea aparecem.  

Tamanduá Bandeira foi flagrado pelas câmeras dos biólogos de Araraquara
Armadilha fotográfica
Catalogar os mamíferos é uma tarefa difícil porque eles são ariscos e quase nunca aparecem na frente das pessoas. Por isso, os pesquisadores contam com a ajuda de uma armadilha fotográfica que usa um sensor de movimento para registrar tudo o que passa pela frente.  

Eles já flagraram um tatu galinha, uma cotia e um tamanduá bandeira, o mais comemorado de todos. "É ameaçado no estado do Paraná, quase extinta, e no Estado de São Paulo está em processo de ameaça", disse Batigalhia.  

As fotos foram tiradas em mais ou menos 15 pontos diferentes nas matas da cidade. Uma câmera fotografou ainda uma onça parda em uma mata na região de Américo Brasiliense.  

Preservação
Estas descobertas trazem mais do que informação e carregam a esperança de que esses lugares serão mais protegidos da exploração por empresas, indústrias ou qualquer outro tipo de ocupação. "Agora a obrigação é preservar. A gente tem que manter o pouco que a gente tem para que as gerações futuras possam desfrutar dessas belezas naturais que a gente ainda está conseguindo enxergar", afirmou o fiscal ambiental.



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