Parque aéreo, alameda e limpeza do córrego na região da Caramuru

26/05/2018 10:00:00

Projeto da Barão de Mauá prevê requalificação de área histórica na região da avenida Caramuru

Entre parques: Projeto prevê recuperar área degradada em área histórica da cidade (foto: Weber Sian / A Cidade)

A terceira reportagem da série "Arquitetura e Urbanismo" envolve a requalificação de uma área histórica e degradada de Ribeirão Preto.  

O projeto "Entre Parques - Reconfigurando a Paisagem", elaborado por alunos do Centro Universitário Barão de Mauá, tem como pressuposto o "rejuvenescimento" de uma área com cerca de 1,5 km, localizada entre os parques Maurílio Biagi e Roberto de Mello Genaro, que hoje está abandonado.  

Entre as duas áreas de lazer, os alunos da Barão propõem a criação do Eixo Alameda, a espinha dorsal do projeto. Ele pressupõe o alargamento da calçada da avenida Álvaro de Lima, criando uma alameda à margem do ribeirão Preto, e a criação de um sistema de circulação que integre o transporte público existente, ciclovias, vias pedonais e praças.  

Uma das novidades é a criação de um parque aéreo, que terá a função de conectar a parte baixa com a alta da intervenção, de modo a corrigir o desnível de terreno existente entre as avenidas Santa Luzia - onde está o parque Roberto Genaro - e Caramuru.  

A diferença fica entre 15 e 20 metros de altura, de uma via para a outra. Outra função do parque será, também, facilitar o acesso dos usuários desse equipamento à Casa Caramuru, transformado em um espaço cultural. 

Área histórica  

Um dos destaques do projeto da Barão de Mauá é a revitalização de uma área que está profundamente ligada à história da cidade. A região da Casa Caramuru, na avenida do mesmo nome, recebeu a primeira estação de trem da cidade, em 1883.  

A construção da Estação Ribeirão Preto da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro foi feita de forma provisória, para receber imigrantes e café. No ano seguinte, a estação definitiva foi construída na avenida Jerônimo Gonçalves.  

Resgate: Projeto dos alunos prevê ações de requalificação da avenida Caramuru (Reprodução)

Saiba mais detalhes do projeto  

- Implantação do Programa de Habitação Social em conjunto com a proposta de ocupações de uso misto, como forma de melhor integrar e adequar o conjunto habitacional ao meio e dinamizando as práticas urbanas. Valorização do patrimônio histórico, com a adoção de usos culturais e institucionais, tornando-os novos polos geradores de fluxo. 

- Prevê-se a criação de uma reestruturação viária através da redistribuição do fluxo, com novas conexões bairro/centro; o redirecionamento do tráfego gerado pela via expressa para uma via principal, que, a partir dela, será diluído; e a extensão da avenida Caramuru até os terminais Rodoviário e Intra-Urbano, facilitando o acesso a partir de maiores conexões com vias perpendiculares a ela. 

- Ao longo do percurso do ribeirão Preto serão criados jardins flutuantes, como ilhas artificiais cobertas por plantas aquáticas, para a filtragem e despoluírem continuamente. 

- Implantação de pisos drenantes, fundamentais para aumentar a permeabilidade do solo, evitando que a água seja arrastada para o rio, sobrecarregando-o. Serão utilizados nas calçadas, nos espaços públicos entre as quadras, nas Cluster Houses e na praça cívica. 

Integração público e privado  

O projeto prevê que áreas públicas funcionem em conjunto e de modo complementar com áreas privadas. Por exemplo, está prevista a criação de uma praça cívica, aproveitando a presença da Câmara Municipal no limite da área de intervenção.   

"Isso gerou uma oportunidade de usar áreas vazias e de conexões mal utilizadas, para a criação de uma praça, para acolher reuniões e reivindicações da comunidade", afirmou a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Flávia Olaia.  

Além disso, também se prevê a criação de "clusters houses", em espaços hoje considerados subutilizados por uma garagem de ônibus. São edifícios de quatro pavimentos que irão abrigar residências, serviços e comércio. Por fim, na área de intervenção, propõe a criação de dois espaços de entretenimento.  

O primeiro na Casa Caramuru, que seria transformada em um espaço de exposições, café, salas de estudos e mini exposições. O segundo, um antigo barracão utilizado para armazenagem na época da estação, ficaria na chegada do Parque Aéreo e seria utilizado como centro cultural. 

Fases de implantação  

O projeto prevê implantação em três fases:  


1 - Reestruturação do sistema viário e das suas conexões com a malha urbana do entorno. As garagens das empresas de ônibus serão realocadas, liberando as quadras para ocupação mista. Um terço dessas quadras será destinado a parcelamento e, nos metros quadrados restantes, serão implantados os edifícios mistos Cluster Houses e a Praça Cívica.  

2 - Desapropriações para reforma urbana: implantação do novo desenho de quadras abertas àquelas que margeiam o rio, implantação da Praça dos Mirantes e do Parque Aéreo e dos Equipamentos Sociais e Culturais.  

3 - A configuração da avenida Álvaro de Lima em uma alameda, aumentando os passeios, implantando ciclovias e redesenhando a canaleta do rio.



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