O serviço de ônibus escolar oferecido a alunos da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto voltará ao normal na segunda-feira (21). A decisão foi tomada após uma reunião do Ministério Público com representantes da Secretaria da Educação, Transerp - empresa que gerencia o trânsito e o transporte urbano de Ribeirão Preto - e associações de bairros.  

A reunião aconteceu um dia após moradores dos bairros Ribeirão Verde e Wilson Toni, nas zonas Leste e Norte da cidade, reclamarem da falta de ônibus escolares para estudantes da rede municipal de ensino. O serviço teria sido suspenso na região há quatro dias, sem aviso prévio, e prejudicou até 300 crianças.  

Para os alunos do bairro Paulo Gomes Romeo e do Wilson Toni, o serviço deve seguir até o meio do ano, enquanto para os estudantes do Ribeirão Verde, ele continua até o final do ano.  

De acordo com a secretária da Educação, Luciana Andrade Rodrigues, durante esse prazo a secretaria deve atualizar o cadastro dos estudantes. "É um processo em que as pessoas têm um prazo para fazer e aí pode ser que, às vezes, na chegada dos documentos à escola, pode ter ocorrido alguma mudança. Esse cadastramento é anual, então pode ter mudança de endereço que não foi levado. A gente vai pontuar e ver o que pode ter acontecido", afirma a mulher.  

A atualização será passada ao Ministério Público e o caso de cada aluno será analisado. "O que fica muito claro pra nós é que a intervenção viabilizou a discussão e o levantamento de uma série de pontos que estavam equivocados. Eles foram colocados e houve uma sensibilidade maior da administração publica no sentido de reavaliar esse posicionamento", diz Naul Felca, promotor de Justiça.  

Entenda o caso  

Moradores dos bairros Ribeirão Verde e Wilson Toni reclamam que o serviço teria sido suspenso na região há quatro dias, sem aviso prévio, e prejudicou até 300 crianças.  

Em um vídeo gravado pela manicure Rosângela da Silva é possível ver o momento em que a monitora de um dos veículos chega e anuncia a nova medida.  

Enquanto faz a fiscalização de quem pode ou não subir no transporte, afirma que a distância excedida em dois quilômetros entre a casa de alguns alunos e a escola os impede de utilizar o serviço.  

Informa, ainda, que 66 crianças estão proibidas de entrar no ônibus, mas uma mãe se revolta e coloca os dois filhos a caminho do Centro Municipal de Educação Infantil Virgílio Salata, localizado no Alto do Ipiranga. "Já perdi dois dias de trabalho porque não tenho onde deixar meus filhos. Muitas mães aqui são diaristas ou manicures e não têm outra opção", afirma Rosângela. (Com EPTV)