Cinegrafista flagra jacaré nas margens da lagoa da USP

23/04/2018 18:47:00

Nas fotos é possível ver o réptil estático, próximo às pedras; especialista diz que não deve haver contato entre o jacaré e visitantes


Foi durante uma sessão de fotos, no final da tarde deste domingo (22), que o repórter cinematográfico Daniel Bittencourt encontrou algo inusitado na lagoa da USP de Ribeirão Preto. Não era peixe, capivara e nem tartaruga. Era um jacaré.

O réptil estava próximo às margens, quase estático. "Fiquei surpreso quando vi, porque é novidade. Vou lá pelo menos a cada 15 dias, para ensaios de pré-casamento, e nunca tinha visto nada parecido", afirmou ao ACidade ON.

Por isso, a primeira reação de Bittencourt foi divulgar o novo morador aos amigos. Com o celular, fez uma transmissão de quase dois minutos, ao vivo, nas redes sociais. No vídeo, até brincou: "Eu queria filmar os noivos com os pés na água, mas não vou fazer isso", diz.

Depois, ele conta que seguiu com o trabalho e viu o momento em que o animal virou atração.

"A gente preferiu não espantá-lo, só que foi automático: os visitantes passavam, olhavam. Como parecia estar sozinho, mas com fome e preparado para dar o bote, teve uma hora que o bicho pulou e sumiu nas águas. Deve ter ficado assustado", completa o cinegrafista.  


Jacaré-de-papo-amarelo

De acordo com pesquisa do ACidade ON, trata-se de um jacaré-de-papo-amarelo, carnívoro-generalista, comum no sudeste da América do Sul. A estimativa aproximada de vida é de 50 anos.

Em média, mede cerca de dois metros. O veterinário Pablo Teixeira da Silva, especialista em animais silvestres, acrescenta que o animal costuma viver mais na água e vai à superfície apenas para se alimentar ou reproduzir. No geral, prefere comer moluscos, crustáceos e peixes.

"O ideal é que as pessoas não tenham contato com o jacaré. Indico até que algumas placas sejam colocadas ao redor da lagoa, para não correr o risco de ataque. Ali, perto da água, vai seguir o caminho natural dele, sem fazer mal a ninguém", conclui.

Outro lado

Questionada sobre a presença do réptil, a assessoria de imprensa da USP não respondeu até a publicação desta matéria.



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