Dado como morto, marceneiro vai à polícia para provar que está vivo

15/03/2018 11:16:00

Armando Richard de Lima teve o nome utilizado por morador de rua que morreu na Santa Casa de Ribeirão Preto

Armando Richard Lima procurou a Polícia Civil para registrar ocorrência falando que está vivo


O marceneiro Armando Richard de Lima, 27 anos, protagonizou um episódio inusitado na madrugada desta quinta-feira.  Depois de receber uma ligação do Hospital Santa Casa anunciando que uma pessoa com seu nome havia morrido, ele decidiu procurar a Polícia Civil para provar que está vivo e muito bem de saúde. 

A ligação ocorreu por volta da meia-noite e meia, depois que um morador de rua, ainda não identificado, morreu com suspeita de overdose na noite no hospital.  O paciente havia dado entrada no hospital no domingo (11), após ser encaminhado pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde foi identificado como Armando Richard de Lima e tinha sintomas de overdose. 

Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, o paciente apresentou pneumotórax hipertensivo, uma complicação de uma tuberculose não tratada, evoluindo para óbito.   

Como os funcionários não tinham muitas informações sobre o paciente, em pesquisa no sistema do SUS, encontraram um cadastro com o mesmo nome e fizeram contato.

Para a surpresa da enfermeira, o próprio Armando atendeu o telefone e informou que ele não estava doente, tão pouco passou por atendimento médico na Santa Casa e que estava em sua residência e com a saúde perfeita.

"Me ligaram por volta da 1h30 da manhã, eu tinha acabado de colocar meu filho recém-nascido pra dormir, ele nasceu há 20 dias, então levei aquele susto. Eles não conseguiram contato com a família, mas encontraram meu número no castrado central do SUS, que atualizei há uma semana", comenta Armando. 

Assim que recebeu a ligação, Armando acionou a Polícia Militar pelo telefone 190 e foi orientado a registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. "Vou dar andamento no boletim de ocorrência, inclusive vou fazer um adendo ou abrir um segundo boletim de ocorrência com as informações corretas", explica o marceneiro.

Com toda esta confusão, Armando fez uma pesquisa e encontrou exames e atendimentos na rede pública de saúde feitos em seu nome, mas que ele desconhece.   

 "O que eu descobri até agora é que ele fez um monte de exames, que ele tinha tuberculose, sífilis e que passou por vários postos de saúde de Ribeirão Preto, isso mostra que ele estava usando meu nome há bastante tempo".

Passado o susto, a principal preocupação do marceneiro agora é limpar seu nome. "Já que eu morri, será que vão acabar também as minhas dívidas?", brincou Armando.




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