Um resgate das feiras locais

10/03/2018 18:48:00

2° edição de feira no Memorial da Classe Operária ofereceu de artesanato a gastronomia neste sábado (10)


Neste sábado aconteceu a 2° edição da feira artesanal no Memorial da Classe Operária, no prédio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em Ribeirão Preto.  

O projeto reúne artesanatos, gastronomia, confecções manuais, brechós e produtos naturais, entre outras variedades. A feira, que surgiu em dezembro do ano passado com um especial de Natal, repercutiu devido à grande variedade de pequenos produtores.  

Vendo no evento uma oportunidade de expandir seus produtos para novos públicos, a gastrônoma Isabela Bucci, de 34 anos, decidiu trazer doces gourmet. No ramo há oito anos, ela afirma que a culinária é uma paixão de infância. "Desde pequena eu ficava na cozinha com meus avós. Quando surgiu a oportunidade de fazer o curso de gastronomia e me especializar em gourmet, eu realmente me apaixonei", relata Isabela.  

Em seu primeiro ano expondo, o resultado foi positivo. "Eu vi uma oportunidade de abrir o leque com pessoas com as quais não tenho convivência. O pessoal tem gostado muito dos sabores diferenciados, estou tendo um bom retorno", afirma.  

Segundo a organizadora e participante do evento, Liliane Freitas, de 29 anos, a intenção da feira é justamente de promover os pequenos produtores da cidade, que não têm a oportunidade de poder divulgar seus produtos em um comércio fixo por falta de condições.  

"A gente precisa da feira para divulgar os nossos produtos e tivemos meses sem uma pela cidade. Foi quando decidimos que não podíamos esperar acontecer, que deveríamos fazer a nossa", explica Liliane, que além de organizadora, é faz sabonetes de cosméticos naturais.  

Oportunidade que, para Affonso Malagutti, de 24 anos, trouxe um aumento de público para conhecer seus artesanatos, que eram divulgados apenas por redes sociais. Com uma loja virtual desde 2015, a produção vai desde decorações de interiores com crochês e bordados, até produtos feitos de tecido e cerâmica. "Eu sempre gostei de trabalhos manuais, cresci com isso. Depois que me formei em arquitetura e urbanismo, decidi expandir minhas produções manuais, que antes fazia só para mim mesmo", conta Afonso, que produz praticamente todos os produtos por conta própria.  

Com a ideia de expor os produtos em feiras algum tempo, a da Classe Operária foi a primeira de muitas das quais pretende participar. "A divulgação desta edição foi muito boa, me trouxe um público local. A maioria das minhas vendas são 100% online e, aqui, atingi um grupo que talvez não consumisse por conta do frete ou insegurança de compras virtuais. Eu pretendo continuar participando", afirma.  

A escolha do local se deve à estrutura e ao significado cultural que a UGT representa para a cidade, de acordo com Liliane. 

"O nosso objetivo também é valorizar o espaço, isso aqui é um patrimônio histórico arquitetônico da cidade", diz. Com projetos inicialmente planejados, mas não concretizados de forma física, a intenção da feira é se tornar um coletivo de comerciantes fixos. "A ideia é formar um time de expositores para acontecer sempre no mesmo local, com o mesmo nome, a mesma identidade", afirma a organizadora. (Bruna Zanatto, com supervisão de José Manuel Lourenço)



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